Colectividades têm de pagar renda e caução para estar nas festas do Forte da Casa
A organização das festas anuais do Forte da Casa foi entregue pela junta de freguesia a uma empresa privada de fora do concelho, que decide quem participa nas tasquinhas mediante pagamento de renda e caução. Eleitos do movimento independente AIPMF lamentam que não tenham sido ouvidas as associações e acusa a junta de pouco ou nada fazer pelas colectividades locais.
O movimento associativo da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa tem de pagar 600 euros para estar presente com uma tasquinha nas festas anuais do Forte da Casa, que decorrem de 7 a 10 de Junho. Além disso, as associações têm de pagar 500 euros de caução à organização das festas, uma empresa privada, que devolve o valor no final do certame e mediante apresentação de prova documental de que se trata realmente de uma associação.
As tasquinhas são ainda obrigadas a usar copos reutilizáveis comprados à empresa que organiza as festas e fazer o pagamento no acto de inscrição, até 20 de Maio. A atribuição dos espaços é feita pelo organizador assim como a escolha de quem ficará a explorar as tasquinhas.
As condições para a realização da festa já tinham sido levantadas em assembleia de freguesia pela bancada do movimento independente António Inácio Póvoa mais Forte (AIPMF). Os eleitos independentes realizaram dia 10 de Maio uma conferência da imprensa, junto à delegação da junta no Forte da Casa, a criticar as opções do executivo PS. “Vem uma empresa avaliar a responsabilidade, honestidade e dignidade de todos os voluntários associativos que dão horas da sua vida pessoal para angariar fundos em prol da associação da qual vestem a camisola. O apoio desta junta às associações, colectividades e IPSS tem sido praticamente nulo”, acusam.
António Inácio diz que colectividades como o CPCD, Tertúlia passe por Alto e União do Forte são algumas das que têm possibilidade de comprar copos reutilizáveis, com publicidade própria, a preços mais baixos do que os praticados pela empresa que organiza a festa.
Apesar de ser uma entidade privada a organizar o certame, a junta de freguesia suporta as despesas com a PSP, bombeiros, fogo-de-artifício, largadas de toiros e as sardinhas distribuídas gratuitamente à população. “O que a empresa privada vem fazer é explorar e tentar tirar trabalho que a união de freguesias tinha responsabilidade de fazer. A presidente da junta não chamou o movimento associativo para dizer que as tasquinhas custavam zero, isso é que dava ajuda ao movimento associativo que passa por dificuldades”, reitera António Inácio.
A junta endereçou convite a quatro empresas para organizarem as Festas do Forte da Casa, mas apenas uma pertencia à União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. O executivo PS optou por uma empresa com sede fora do concelho de Vila Franca de Xira para organizar o certame.