Pantógrafo divulga trabalhos de jovens artistas de Vila Franca de Xira
Associação Memória é Cultura homenageou as vítimas do acidente ferroviário da Póvoa de Santa Iria através da mostra de trabalhos artísticos de jovens do concelho de Vila Franca de Xira.
Cinco jovens artistas do concelho de Vila Franca de Xira apresentaram as suas criações no âmbito da segunda mostra do programa Pantógrafo - Desafio Criativo, promovido pela associação Memória é Cultura (MEC). A apresentação dos trabalhos decorreu na Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA), em Alverca do Ribatejo, a 5 de Maio, precisamente no mesmo dia em que se assinalaram 38 anos do acidente ferroviário que ocorreu na Póvoa de Santa Iria.
A MEC traçou como objectivo homenagear as vítimas desse acidente através da promoção dos trabalhos artísticos de residentes, trabalhadores ou estudantes do concelho de Vila Franca de Xira entre os 14 e os 20 anos, e que podem candidatar-se ao programa anual Pantógrafo. “A associação tem dois anos, foi fundada com 30 sócios e temos vindo a crescer. O concelho fervilha de pessoas com vontade e capacidade de fazer coisas e só precisam de um incentivo para se mostrarem”, disse a O MIRANTE Francisco Teixeira, membro da direcção da MEC.
Anualmente, entre Setembro e Maio, os jovens desenvolvem o seu projecto artístico e criativo, sobre qualquer área - teatro, música, dança, artes plásticas, literatura - e no dia 5 de Maio de cada ano a associação atribui os prémios. A MEC tem a sua sede na SFRA mas realiza por todo o concelho, todo o ano, espectáculos que exaltam a energia, criatividade, empenho e contributo que os jovens podem trazer à comunidade do concelho de Vila Franca de Xira.
Artistas apresentaram originais
A tatuadora Cátia Teixeira participou no Pantógrafo desafiada por uma amiga. Digitalizou alguns dos seus desenhos de figuras femininas e transpôs para formato poster. Os Spikecat, de Francisco Teixeira e Rafael, apresentaram as duas músicas electrónicas que criaram em dois meses para o programa.
Na vertente de artes performativas e teatro, um grupo de alunos de uma turma do 9º ano do Colégio José Álvaro Vidal, representou “O Intervalo Silencioso”. O teatro documental levou à cena episódios passados por todo o país e nas colónias durante a ditadura.
A segunda edição do Pantógrafo deu a conhecer o projecto literário de Carla Flores com “A inocência de um turista”. Um colectivo de alunos do curso de dança do Conservatório Silva Marques do projecto EncontrAR.TE dançou “Dynamic Studies. Subiram ainda a palco Nicole Junqueira com “Calma, vai passar (ou não)” no âmbito das artes performativas/teatro.
Uma tragédia difícil de esquecer
A colisão entre dois comboios na estação de Póvoa de Santa Iria foi um dos mais trágicos acidentes ferroviários no país. Ocorreu por volta do meio-dia do dia 5 de Maio de 1986. Dos 17 mortos, 11 morreram ainda dentro dos comboios e dois perderam a vida enquanto estavam à espera de embarcar devido à queda de um telheiro. Os restantes cinco faleceram nos hospitais. Registaram-se ainda mais de 80 feridos.