Munícipe sofre agressões e insultos por causa de contentores do lixo no Entroncamento
Uma moradora do Entroncamento não quer os contentores do lixo colocados perto da janela da sua cozinha e tem fortes razões para isso.
Há umas semanas, um fogo nos contentores encheu-lhe a casa de fumo durante a madrugada, o que lhe podia ter custado a vida. A Câmara de Entroncamento colocou novos recipientes no mesmo local, para desagrado da queixosa, que diz ter sido ameaçada por outros moradores devido às suas reclamações.
Ana Cristina, moradora da Rua da Caridade, no Entroncamento, esteve presente na última reunião camarária para pedir novamente a retirada dos contentores do lixo da frente da janela da sua cozinha. Os contentores estão colocados nas traseiras da sua casa, na Rua João Caldeira, e na madrugada de 24 para 25 de Abril pegaram fogo, tendo a moradora acordado em sobressalto com a casa cheia de fumo. Após o incidente, os contentores voltaram a ser colocados no local, no dia 15 de Maio, para indignação da munícipe, que desde 2017 tem-se queixado à autarquia, pedindo o afastamento dos contentores da sua janela. A localização dos contentores tem gerado mal-estar entre moradores, levando a discussões e insultos por ninguém querer os caixotes do lixo perto das suas casas.
A moradora queixosa afastou os contentores da sua janela, tendo-os colocado alguns metros abaixo. Foi abordada por um homem de meia idade, filho de um casal que mora na rua, que a interpelou de forma agressiva e violenta. Em conversa com O MIRANTE, Ana Cristina conta que temeu pela integridade física, sofrendo todo o tipo de insultos e ameaças do homem que, segundo diz, nem sequer mora na rua. “Encostou-me à janela de minha casa, deu vários murros na parede, chamou-me nomes e disse que ele é que mandava e que os contentores iam ficar ali. Acusou-me de ter sido eu a pegar fogo aos contentores e disse que ia mandar colocar uma parede para me fechar as janelas” conta.
Entre as ameaças, o homem exigiu ver a escritura da casa e ameaçou que se o contentor voltasse a ser retirado do sítio que o iria “enfiar pela casa a dentro”. Durante a discussão, outros dos moradores saiu de casa juntando-se às ameaças e insultos. “Mandou-me para a minha terra, que não me conhecia de lado nenhum e mandou-me mudar de casa. Não entendo tanta raiva comigo. Desde que comprei a casa e expus a situação dos contentores que tenho sofrido vários insultos e até ameaças”, diz Ana Cristina.
A PSP foi chamada ao local, tendo acalmado os ânimos apesar de não ter identificado ninguém nem recebido nenhuma queixa. Ana Cristina foi aconselhada a manter-se atenta e dentro de casa e, em caso de necessidade, a dirigir-se à esquadra para apresentar queixa pelas ameaças e falsos testemunhos levantados.