Bombeiros de Salvaterra de Magos aguardam há dois anos por viatura que substitua a que ardeu
A 10 de Julho de 2022, O MIRANTE noticiava um grande incêndio em Glória do Ribatejo que destruiu por completo um veículo de combate a incêndios dos Bombeiros de Salvaterra.
Dois anos depois, a corporação ainda não tem viatura substituta. Esta e outras revelações foram feitas ao nosso jornal pelo presidente da associação humanitária, Luís Martins.
O veículo de combate a incêndios dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, que ardeu em 2022 num grande incêndio em Glória do Ribatejo, ainda não foi substituído, aguardando-se uma resolução nesse sentido por parte da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC). A relevação foi feita a O MIRANTE pelo presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, Luís Martins. O responsável lamenta ainda que a corporação não tenha sido contemplada no dia 14 de Maio, na cerimónia de apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2024, em Ourém, com nenhum dos primeiros 10 veículos de combate a incêndios (de um total de 81) adquiridos ao abrigo do programa MAIS FLORESTA, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Estamos desfalcados em termos de carros, porque ao contrário de outros corpos de bombeiros temos homens”, diz Luís Martins, referindo que a associação anda em conversações com a ANEPC, mas sem efeitos práticos. “Não precisamos de um carro novo, precisamos de um carro que tenha condições de segurança”, afirma, reconhecendo que um veículo novo custa entre 200 e 250 mil euros, sendo que o consumido pelas chamas tinha 30 anos e um valor comercial entre os 20 e os 25 mil euros.
“Quando já iniciámos a época de incêndios de 2024, temos uma ANEPC amadora, desorganizada, financeiramente um descalabro e sem rumo, ao contrário dos corpos de bombeiros sem poder financeiro mas cada vez mais organizados e profissionais na sua missão”, critica Luís Martins.
Câmara teve de se chegar à frente para reparar viatura
O MIRANTE noticiou este mês o apoio municipal de cerca de 7.600 euros para a reparação de uma viatura de comando, viatura que o nosso jornal sabe agora, a partir de Luís Martins, que sofreu uma avaria no motor no exercício de preparação para o DECIR em Abril de 2023. “A autoridade não pagou o arranjo, o carro está na oficina e precisa de um motor novo”, revela Luís Martins. O dirigente conta terem enviado o orçamento e que “por esse valor a ANEPC disse que o carro tinha de ser abatido”. Em alternativa, a associação propôs o orçamento de “um motor reconstruído” e na ida à sede da ANEPC, em Carnaxide, o presidente da associação humanitária refere que a resposta que lhe deram foi de que o processo estava encerrado.