Sociedade | 29-05-2024 10:00

Cerco de São Lázaro é uma mancha no coração de Santarém

Cerco de São Lázaro é uma mancha no coração de Santarém
Casas degradadas e ao abandono fazem parte da paisagem do Cerco de São Lázaro, no centro de Santarém

Estacionamento desordenado e desregulado, casas degradadas e ao abandono, lixo, tráfico e consumo de estupefacientes fazem parte do rol de queixas de quem vive ou passa no Cerco de São Lázaro, no centro de Santarém. Município admite que não tem planos para requalificação da zona nos próximos tempos.

O Cerco de São Lázaro, no centro de Santarém, é um local de estacionamento desordenado e desregulado, com casas degradadas, devolutas e emparedadas, apontado como ponto de tráfico e consumo de estupefacientes e até de prostituição. Uma mancha no coração da urbe que tem sido apontada por moradores da zona e por quem ali passa e que voltou a ser denunciada em sessão da assembleia municipal, onde se ficou a saber que não há planos da Câmara de Santarém para ali intervir nos próximos tempos.
A eleita da CDU na Assembleia Municipal de Santarém, Rita Correia, deu voz a queixas que lhe foram apresentadas por cidadãos e lamentou o “estado de abandono e desleixo” em que se encontra o Cerco de São Lázaro, uma área localizada entre a Rua Vasco da Gama e a Rua Pedro de Santarém. A autarca elencou diversos problemas que afectam a qualidade de vida dos moradores, comerciantes e pessoas que ali circulam, dando conta da vegetação que invadiu alguns imóveis devolutos que afecta a saúde e higiene pública e agrava o risco de incêndio
Rita Correia recordou que em Maio de 2020 a Câmara de Santarém procedeu à demolição de armazéns devolutos no Cerco de São Lázaro. Uma operação, segundo a autarquia, que teve como objectivo dar segurança ao local, ficando o espaço existente devoluto e limpo para eventuais requalificações futuras. Foram ainda efectuados trabalhos de limpeza, desmatação e decapagem da área de coberto vegetal, incluindo a remoção de detritos.
“Passados quatro anos continuamos a ter uma zona habitacional e comercial condenada ao abandono e que apresenta enormes problemas”, constatou Rita Correia, que quis saber quais os planos da Câmara de Santarém para essa zona, hoje usada sobretudo como parque de estacionamento, onde ainda vivem algumas pessoas e há um restaurante em funcionamento.
Na resposta, o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), não deixou margem para grandes expectativas quanto a uma intervenção de fundo naquele local. Há projectos de privados que ali pretendem investir mas quanto a obras do município não há nada previsto. O autarca referiu que existem estudos prévios mas não há nada para ser lançado de imediato. A requalificação da zona - que inclusivamente já foi objecto de um plano de pormenor há cerca de duas décadas - não está entre as obras candidatadas pela autarquia a fundos comunitários. “No futuro, quando for requalificado, terá de ser com fundos próprios do município”, referiu.

Queixas também na assembleia de freguesia
A eleita da CDU na Assembleia de Freguesia da Cidade de Santarém, Fabrícia Pereira, também levantou a questão na última reunião desse órgão. O presidente da junta de freguesia, Diamantino Duarte (PS), disse que recentemente esteve lá com moradores e classificou o que viu no local como “uma vergonha”. Ressalvando que quem tem competência para resolver o assunto é a Câmara de Santarém, o presidente da junta afirmou que se a câmara quiser delegar competências na união de freguesias para intervir na limpeza do local, que está disponível para isso.

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