Sociedade | 03-06-2024 10:00

Comunidade imigrante no Entroncamento triplicou em três anos

Filhos de imigrantes com residência no Entroncamento representam quase 30% dos alunos do concelho que, segundo o presidente da câmara, terá cerca de 50 nacionalidades a representarem 10% da população total.

O Entroncamento viu a população imigrante residente triplicar nos últimos três anos, com cerca de 50 nacionalidades a representarem 10% da população. No Dia Mundial da Diversidade Cultural, que se comemora a 21 de Maio, o presidente da Câmara do Entroncamento, Jorge Faria (PS), destacou à Lusa que a autarquia encara a interculturalidade e a diversidade como uma riqueza. “O Entroncamento é uma comunidade historicamente de chegada, porque temos vindo a ser procurados por muita gente de dentro do país e, nos últimos anos, sobretudo, por imigrantes”, disse o autarca, destacando que existe actualmente uma “população significativa de imigrantes”, que estimou na ordem dos 10% do total dos cerca de 20 mil habitantes (Censos de 2021), e com os jovens filhos de imigrantes a representarem quase 30% dos alunos do concelho.
Segundo o autarca, os últimos dados oficiais, de 2022, apontavam já para 1.352 imigrantes registados (6,4% da população), mas, tendo em conta que nessa altura havia apenas cerca de 500 filhos de imigrantes a frequentar o ensino público e hoje estão matriculados 916, será fácil perceber que a população de imigrantes no concelho rondará as 2.300 pessoas. Apontando os dados das escolas como os que permitem ter uma informação “mais concreta” sobre a população imigrante residente no concelho, Jorge Faria afirmou que estas “têm registados jovens de 31 nacionalidades”, admitindo-se que possam rondar as 50 nacionalidades, com a comunidade lusófona a ser a mais representativa. As nacionalidades com mais expressão no concelho são a brasileira e a angolana, mas também a chinesa, indiana, ucraniana e cabo-verdiana.

Jorge Faria não responde à oposição sobre imigração no concelho
Na última reunião do executivo da Câmara do Entroncamento, o vereador do PSD Rui Madeira questionou o presidente do município, Jorge Faria (PS), sobre o aumento da população imigrante no concelho e se o município tinha algum plano estratégico para dar resposta às necessidades dos imigrantes. “Não seria conveniente fazer um diagnóstico à situação actual do concelho face ao aumento da população imigrante? Porque procuram o Entroncamento? Quais os seus interesses e objectivos? Como podem acrescentar valor e contribuir para o desenvolvimento do concelho?” questionou o vereador do PSD, levantando a dúvida se o município teria capacidade para responder às necessidades da população em termos de infraestruturas e serviços.
Jorge Faria mostrou-se relutante em responder, aconselhando o vereador da oposição a consultar as informações disponíveis de acordo com a lei. No entanto, de forma irónica, acrescentou que “a lei não prevê relatórios com base no que os vereadores pretendem saber”. Rui Madeira voltou a questionar o presidente do município se havia um plano estratégico ou não, uma vez que não tinha ficado esclarecido, ao que Jorge Faria apenas respondeu, convidando o vereador a deslocar-se ao terceiro encontro de interculturalidade, dia 25 de Maio, no Mercado Municipal. Rui Madeira tentou, pela terceira vez, esclarecer a questão mas Jorge Faria não permitiu e recusou-se a falar mais sobre o assunto.

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