Sociedade | 07-06-2024 21:00

Dois terços dos utentes que vão a consultas de cessação tabágica em Santarém deixam de fumar

Dois terços dos utentes que vão a consultas de cessação tabágica em Santarém deixam de fumar
O médico Gustavo Reis e enfermeira Pilar Paulino, da Consulta de Cessação Tabágica

Unidade Local de Saúde (ULS) Lezíria associou-se à celebração do Dia Mundial Sem Tabaco, assinalado a 31 de Maio, para sensibilizar para os principais perigos do tabagismo. Tabagismo afecta sobretudo as pessoas, mas também o ambiente.

Segundo o director do Serviço de Pneumologia da ULS Lezíria, Gustavo Reis, “este dia é uma oportunidade para reflectir sobre os impactos devastadores do tabaco na saúde pública e no meio ambiente”. De acordo com o médico pneumologista, o tabagismo é um dos principais factores de risco para várias doenças, incluindo neoplasia, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias. “Este problema não afecta apenas os fumadores, mas também todos aqueles que são expostos diariamente ao fumo passivo. Crianças e bebés são particularmente vulneráveis, enfrentando um aumento do risco de doenças respiratórias”, menciona.
Além das consequências para a saúde, o tabaco também causa impacto ambiental significativo. “A plantação de tabaco contribui para a desflorestação, degradação do solo e uso intensivo de pesticidas e fertilizantes, que contaminam solos e cursos de água. Os resíduos dos produtos de tabaco, como as beatas, são uma das formas mais comuns de lixo, poluindo praias, ruas e outros espaços públicos”, destaca Gustavo Reis.
O médico pneumologista admite que abandonar o tabagismo é um desafio, mas, sublinha que “os benefícios são imensos e começam quase de imediato”. “Poucas horas após o último cigarro, o organismo começa a recuperar, com a melhoria da pressão arterial e da circulação. Ao fim de poucas semanas, a função pulmonar aumenta e, a longo prazo, o risco de doenças graves diminui drasticamente”, explica. Gustavo Reis lembra que o apoio é fundamental para quem deseja parar de fumar. “Existem diversas estratégias e recursos disponíveis, desde terapia comportamental até medicamentos que auxiliam na desabituação tabágica. Programas de apoio comunitário, campanhas de conscientização e políticas públicas são também essenciais para reduzir a prevalência do tabagismo”, indica.

Mais de 200 consultas num ano
Na ULS Lezíria, no ano de 2023, foram realizadas 244 consultas de cessação tabágica, das quais 90 foram primeiras consultas, estimando-se que dois terços dos utentes que acederam a estas consultas deixaram de fumar. O acesso às consultas de cessação tabágica é facilitado através de referenciação interna (sobretudo através da cardiologia, cirurgia vascular, pneumologia), assim como de referenciação externa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é responsável por cerca de oito milhões de mortes anuais no mundo.

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