Sociedade | 14-06-2024 10:00

Golegã candidata a Feira de São Martinho a património imaterial da humanidade

Golegã candidata a Feira de São Martinho a património imaterial da humanidade
Feira Nacional do Cavalo tem sido uma das grandes apostas do executivo liderado por António Camilo

A Associação Feira Nacional do Cavalo, liderada pelo município da Golegã, quer ver distinguida pela Unesco a secular Feira de São Martinho, garantindo-lhe promoção e valorização à escala global. Entretanto já está negociada a aquisição de um terreno para expansão do emblemático evento que se realiza na vila, todos os anos, em Novembro.

A Associação Feira Nacional do Cavalo iniciou o processo de candidatura da Feira de São Martinho, na Golegã, a Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco. Conforme é revelado no último boletim municipal, a candidatura pretende distinguir o bem cultural imaterial secular praticado ao longo de muitos séculos de feira, atribuindo-lhe o selo de património da humanidade e, consequentemente, garantindo-lhe protecção, promoção e valorização à escala global.
Na opinião do município, além do prestígio internacional, o reconhecimento com esse estatuto fomentará o turismo cultural promovendo ainda a consciencialização sobre a importância da diversidade e incentivando a transmissão intergeracional da prática cultural reconhecida. Refira-se que em paralelo com a ancestral Feira de São Martinho decorre desde há quase meio século a Feira Nacional do Cavalo, que recebeu o prémio Cinco Estrelas Regiões – Distrito de Santarém pelo segundo ano seguido fruto da votação de mais de 450 mil pessoas de todo o país.
Entretanto foi já assinado o contrato promessa de compra e venda para aquisição de um terreno na Rua Infante D. Henrique, por 1,2 milhões de euros, que servirá para expandir o maior evento que se realiza na vila. O projecto de expansão, num investimento global de 1,7 milhões de euros, será iniciado após a escritura de aquisição do terreno pela FNC e visa melhorar as condições de venda dos expositores, circulação de pessoas e animais e qualidade de vida dos habitantes durante o evento. Ao longo do ano, o espaço pode vir a ser utilizado para eventos, mercado ambulante ou estacionamento.
Numa segunda fase, a FNC prevê a possibilidade de construção de edificado que permita acolher o secretariado da feira, novos gabinetes de trabalho e salas de reuniões, bem como uma sala de eventos panorâmica com vista para o recinto da feira. O sinal, no valor de 75 mil euros, foi pago aos proprietários do terreno no início deste ano estando a realização da escritura a aguardar pela aprovação final do crédito bancário. “Este é um projecto há muito aguardado pelos goleganenses, criadores de cavalos, comerciantes e visitantes da feira”, lê-se no último boletim municipal dedicado à Feira Nacional do Cavalo.
António Camilo, presidente da Câmara da Golegã e da FNC, considera justo que o investimento seja suportado pela Associação Feira Nacional do Cavalo e não pelo município: “o pagamento deverá ter como base os proveitos de exploração do espaço, de forma a não onerar a câmara municipal tendo em conta a diminuta capacidade de investimento existente. As nossas prioridades de obra pública estão centradas em questões urgentes para o bem-estar da população como a educação, habitação, fornecimento de água, saneamento, ETAR, entre outros”.
A vereadora socialista Ana Caixinha referiu que o PS não é contra a aquisição do terreno, mas defende que o mesmo devia ser adquirido pela câmara e não pela Associação Feira Nacional do Cavalo. Ana Caixinha relembrou ainda o investimento feito no picadeiro central, a propósito de a câmara ter dito que não houve investimentos relevantes em vinte anos que a autarquia subsidiou a Associação Feira Nacional do Cavalo, num total de mais de 900 mil euros.

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