Primeiro carro dos Bombeiros de Almeirim rebaptizado pela madrinha 73 anos depois
Os Bombeiros Voluntários de Almeirim comemoraram 75 anos de vida no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com a apresentação da recuperação do primeiro carro da corporação, que entrou ao serviço em 1951 e que foi rebaptizado pela madrinha de então, Maria do Rosário Cantante Mota. O presidente da câmara e dos bombeiros, Pedro Ribeiro, aproveitou a cerimónia para dizer que há corporações a mais no país.
Nas comemorações dos 75 anos dos Bombeiros Voluntários de Almeirim, no dia 10 de Junho, a corporação recuperou o primeiro carro oferecido na altura pelo doutor Cantante, em 1951. A viatura que ainda não tem motor porque está a ser reparado, depois de o original Dodge ter sido derretido na siderurgia. O motor estava numa oficina da cidade que entregou as sucatas a um sucateiro que por engano levou o motor, o que só foi descoberto muito tempo depois. Mas a corporação ainda conseguiu arranjar um motor importado que vai ser colocado na viatura que foi rebaptizada pela madrinha e filha do benemérito, que então tinha nove anos de idade, Maria do Rosário Cantante Mota.
Ser madrinha da primeira viatura dos bombeiros foi a última coisa que fez na cidade em termos sociais, uma vez que a seguir Maria Cantante Mota foi para Lisboa onde tem vivido, mas vem com regularidade a Almeirim. A ida para Lisboa, conta, deveu-se a razões de saúde porque a mãe, natural da cidade, tinha asma e não se dava com o clima húmido de Almeirim. Maria Cantante Mota lembrou que o seu pai, apesar de não ser de Almeirim, tinha uma grande admiração pela terra e teve um importante papel social, que os mais velhos ainda se recordam.
Na cerimónia, que decorreu no cine-teatro, com a presença do secretário de Estado da Protecção Civil, Paulo Simões Ribeiro, que disse que a sua presença é um gesto de agradecimento aos bombeiros pelo que fazem e às suas famílias, foi promovido a sub-chefe o bombeiro Bruno Veríssimo. Dezenas de elementos da corporação, entre os que estão no activo e os que estão no quadro de honra foram agraciados com medalhas de assiduidade e outros com medalhas de agradecimento e de mérito, numa cerimónia que demorou quatro horas e meia e que só é feita de cinco em cinco anos.
O vice-presidente dos bombeiros, porque o presidente, Pedro Ribeiro, estava a desempenhar o papel de presidente da câmara, salientou que o voluntariado continua a ter um papel importante. Paulo Caetano, que também é vice-presidente da autarquia, anunciou que está a ser preparado um projecto de requalificação do quartel, orçada em cerca de um milhão de euros. Realçou também que o trabalho que tem sido desenvolvido com as escolas de cadetes e de infantes permite garantir o futuro.
Há corporações de bombeiros a mais
Pedro Ribeiro também se referiu ao voluntariado, dizendo que ser voluntário não é ser amador e que a corporação está dotada de gente com capacidade para responder às necessidades da população e com formação. O autarca destacou ainda que metade do efectivo da corporação é profissional. O também presidente dos bombeiros disse, em tom crítico, realçando que até pode parecer mal o que pensa, considera que há corporações a mais no país.
Pedro Ribeiro defendeu a criação de um programa de incentivos para que os corpos de bombeiros se possam agregar e assim resolver esta questão, que considera premente. E explica que a junção de corporações, coisa que já foi tentada em Santarém onde há voluntários e sapadores, sem nuca se ter conseguido, é importante para se acabar com uma fonte de consumo de recursos e desperdício de meios.