Sociedade | 17-06-2024 07:00

Dez anos de prisão para ex-bancário do Cartaxo que roubou meio milhão a clientes

O antigo funcionário da agência do Cartaxo da Caixa Agrícola, que tinha as funções de sub-coordenador, montou um esquema durante três anos para se apropriar de meio milhão de euros de clientes, sendo que só um casal ficou sem 363 mil euros. O arguido foi condenado por um total de 16 crimes e uma empresa que criou para onde transferiu algum dinheiro foi responsável por dois crimes.

O antigo sub-coordenador da Caixa Agrícola do Cartaxo foi condenado a 10 anos de prisão pelo Tribunal de Santarém que confirmou o esquema que ele montou para se apropriar de meio milhão de euros de contas de clientes. O colectivo de juízes determinou a emissão de mandados de detenção para que o arguido seja levado para a prisão, uma vez que este não estava preso preventivamente. O tribunal condenou ainda João Paulo das Almas a pagar ao Estado 547.165 euros, valor correspondente ao que roubou, e a empresa que este criou, a S.N.C. Empreendimentos Agro-Turísticos S.A. para onde transferiu algum dinheiro, a pagar uma multa de 35 mil euros.
João Paulo das Almas trabalhou na Caixa Agrícola até ao início de 2019, quando a situação foi descoberta. O então bancário retirou dinheiro de seis contas de clientes usando o estratagema de colocar entre os papéis que os clientes tinham para assinar de operações bancárias ordens de levantamentos de que estes não se apercebiam. Quase metade do dinheiro foi retirada da conta de um casal, que ficou sem 363 mil euros, através de 54 ordens de levantamentos. A investigação tinha apurado que depois de ter os papéis assinados pelos clientes, agarrava neles e apresentava-os aos seus colegas do banco pedindo-lhes que entregassem os montantes, fazendo crer que eram para entregar aos clientes, apoderando-se do dinheiro.
Percebeu-se ainda que João das Almas, natural do concelho do Cartaxo, começou a apropriar-se de dinheiro em Maio de 2016 e o esquema durou até Abril de 2019, altura em que a situação foi comunicada às autoridades. Através do sistema informático da instituição bancária o arguido conseguiu fazer duas transferências de 10 mil euros cada para a sua empresa SNC Empreendimentos Agro-Turísticos, ligada ao ramo imobiliário, mas que no seu objecto social também tem produção e distribuição de vinhos. A empresa, pelos últimos registos, tem actualmente sede em Lisboa.
O sub-coordenador da agência bancária chegou a fabricar um documento para apresentar a um dos clientes lesados um saldo que não correspondia à realidade, fazendo-o crer que estava tudo bem com a sua conta. O segundo maior lesado, uma mulher, viu desaparecer um total de 70 mil euros da sua conta em seis ocasiões, sendo que cinco levantamentos foram feitos em Fevereiro de 2019 e a de maior montante, 23 mil euros, em Janeiro de 2018. Os outros clientes foram lesados em quantias de 49 mil, 38 mil, 25 mil e 22 mil euros.
Os pelos quais foi condenado são: um de falsidade informática; um crime de burla informática; oito de falsificação de documentos, sendo sete na forma continuada; e seis de burla qualificada. A sociedade, que teve sede no Cartaxo e em Santarém, é responsável por um crime de falsidade informática e um crime de burla informática.

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