Suspeitos de apedrejar polícia no Forte da Casa ainda andam à solta
Pela segunda vez em dois anos a polícia foi agredida por populares quando tentava acabar com a música das festas do Forte da Casa de madrugada.
Desta vez, o lançamento de pedras causou ferimentos a uma sub-comissária. Agentes queixam-se da perigosidade do local e a junta de freguesia admite reavaliar a localização das festas.
A sub-comissária da esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Alverca que ficou ferida na cabeça após ser apedrejada por populares nas festas do Forte da Casa, no último fim-de-semana, já teve alta hospitalar e está a recuperar em casa. À data de fecho desta edição os suspeitos da agressão ainda não tinham sido identificados.
Pela segunda vez em dois anos, os agentes da PSP que estavam no local das festas foram agredidos à pedrada por populares. Pela configuração do terreno onde as festas se realizam – num vale, cercada por prédios e montes - estas tornam-se perigosas para os agentes policiais, já que potenciais agressores podem colocar-se nas zonas altas e cercar os polícias que estão em baixo, num padrão semelhante ao que aconteceu em 2022 e que O MIRANTE noticiou.
Este ano a festa voltou a ser palco de cenas de violência e confusão na madrugada de domingo, 9 de Junho, pouco depois das 02h30, quando os agentes quiseram acabar com a música que um DJ passava no recinto para que fosse respeitado o direito ao descanso dos moradores da zona. Vários populares que estavam no local, sobretudo jovens, não gostaram da decisão da polícia e decidiram repetir um padrão de ataque que já se verificara anteriormente: subiram para as colinas vizinhas e, escondidos, começaram a atirar pedras aos agentes gratificados e a outros populares que estavam no local.
Foi nessa altura, em que muita gente começou a fugir da festa, que foram chamados reforços e a sub-comissária da esquadra de Alverca, que está a comandar a estrutura enquanto o comandante está ausente de férias, acabou apedrejada na cabeça. O golpe obrigou a polícia a ser transportada para o hospital para ser suturada, já teve alta e recupera em casa. Os agentes que estavam no local ainda perseguiram vários suspeitos mas nenhum foi apanhado até à data de fecho desta edição. O aparato e gritaria assustou os moradores da zona, que começaram a ver pedras a voar por cima dos automóveis estacionados.
O MIRANTE sabe que as queixas dos agentes sobre a perigosidade do local das festas do Forte da Casa não é uma preocupação nova e que já terá sido sugerido à junta de freguesia que altere o local dos festejos face aos casos de violência que se têm registado. Muitos lamentam que na hora de contratar gratificados para assegurar a segurança das festas o número de agentes seja baixo para não onerar demasiado as contas da junta. Contactada pelo nosso jornal, a presidente da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, entidade que contrata o serviço gratificado dos agentes de serviço à festa, nega a afirmação. “É a própria PSP que nos recomenda o número de agentes a contratar e é o que fazemos. Isso é sempre algo que fica à consideração deles”, nota Ana Cristina Pereira.
A autarca lamenta este novo episódio de violência nas festas do Forte da Casa e mostra preocupação com a situação, admitindo reavaliar o local onde as festas se realizarão no futuro. “Já chegámos a ponderar outro local mas infelizmente não temos muitas mais alternativas. Temos uma malha urbana muito preenchida. Mas vamos reunir com a polícia e ver o que será possível fazer no futuro”, admite a autarca.