Sociedade | 22-06-2024 15:00

Presidente do rancho “Os Camponeses” de Riachos foi à reunião de câmara pedir respostas aos autarcas

Presidente do rancho “Os Camponeses” de Riachos foi à reunião de câmara pedir respostas aos autarcas
Direcção do rancho de Riachos diz-se ignorada pelo executivo municipal de Torres Novas

Paulo Serra, presidente do Rancho “Os Camponeses” de Riachos, diz que a associação está há mais de um ano para obter respostas do município a um conjunto de questões que põem em causa o funcionamento da colectividade.

Presidente da Câmara de Torres Novas fez “mea culpa” e diz que a autarquia vai trabalhar para existir mais justiça na atribuição de apoios.

O presidente do rancho folclórico “Os Camponeses” de Riachos, no concelho de Torres Novas, que conta com cerca de 80 elementos, com idades entre os dois e os 80 anos, foi à última reunião do executivo municipal mostrar o seu desagrado por a associação estar a ser ignorada pelos autarcas. Paulo Serra contou, na última sessão pública, que em Janeiro de 2023 a concelhia do Partido Socialista realizou uma visita à sede do rancho para abordar alguns assuntos que incentivaram a direcção da colectividade a enviar um email para a câmara a solicitar respostas a várias questões. Mais de 10 meses depois, um funcionário da autarquia respondeu, afirmando que os pontos em questão iam ser apreciados pela câmara. “Um ano depois reencaminhámos o mesmo email, a solicitar uma resposta que até à data de hoje não obtivemos”, lamentou.
Paulo Serra continuou a enumerar alguns dos pontos que gostava de discutir com os autarcas que gerem o concelho. Um deles sobre as Festas do Almonda. “Acho que devíamos fazer um festival de folclore concelhio. Somos cinco grupos, mas só o grupo da cidade vem às festas. Digo isto sem querer intrigas, porque damo-nos bem com todos”, vincou. Paulo Serra falou ainda sobre os transportes para as associações. “Solicitámos autocarro várias vezes e nunca nos atribuem transporte. Fazemos tudo como mandam as regras. Outros grupos têm esses direitos, mas nós não. Isto financeiramente é muito mau. Nem as deslocações para perto nos facilitam. Não se podia gerir bem este dossier para dar um bocadinho para todos?”, questionou.
O dirigente associativo terminou afirmando que a atribuição de apoios a colectividades, no seu ponto de vista, é injusta. “Dão apoios iguais a todos, mas há grupos no nosso concelho que não fazem festivais nem actuam. Temos 59 elementos trajados, 32 a aprender, fizemos 47 ensaios e 36 actuações no ano passado. É justo atribuírem os mesmos apoios a todos?”, questionou.
Pedro Ferreira, presidente do município, disse ser uma obrigação da autarquia ajudar a resolver as questões. Sobre o autocarro, disse querer acreditar que estão a ser cumpridas regras, assumindo que algumas poderão ter de ser alteradas. Quanto às actividades das associações, deve ser equacionado no regulamento o número de ensaios e de actuações. “É uma opinião pessoal, o orçamento deve ser revisto. Era injusto estar a comparar os ranchos porque todos merecem o nosso respeito e admiração. Mas também é injusto não valorizar o esforço de cada um deles e que tem uma dinâmica maior. Espero que não demorem mais um ano a receberem respostas. E não estou a tirar água do capote, porque um presidente tem de estar para o bem e para o mal”, disse. Elvira Sequeira, vereadora com o pelouro da Cultura, subscreveu as palavras do presidente da câmara, acrescentando que o município vai arranjar uma solução para as associações que fazem muito mais deslocações e necessitam de transporte mais frequentemente.

Um exemplo de sucesso e de promoção da cultura

O Rancho Folclórico “Os Camponeses” de Riachos é um bom exemplo da dinâmica do associativismo da região ribatejana quando por trás das associações estão pessoas com vontade de trabalhar em prol da comunidade. Recentemente O MIRANTE esteve à conversa com a direcção da associação, que tem muitos jovens que procuram manter-se no rancho e honrar os seus compromissos com a associação. A ligação do rancho à comunidade local é forte e os três elementos da direcção, Paulo Serra, Fátima Soares e Telma Pereira, afirmam que nunca houve razão de queixa de falta de apoio por parte dos riachenses, contando em vários eventos com casa cheia. O grupo não tem nenhum professor de dança e todos os novos membros que entram devem aprender com os elementos mais velhos. Nenhum elemento do rancho paga quotas ou mensalidades. A associação subsiste com os apoios das autarquias mas, essencialmente, dos eventos para angariação de fundos que realizam durante o ano.

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