Enfermeiros gestores do Hospital de Vila Franca de Xira ponderam demitir-se
Enfermeiros dizem estar no limite das suas capacidades físicas e mentais. Objectivo é pressionar a administração de Carlos Andrade Costa e o Governo por causa da falta de condições de trabalho, diz o sindicato que representa aqueles profissionais.
A maior afluência de doentes ao serviço e falta de melhores condições de trabalho está a levar os enfermeiros com funções de gestão no Hospital de Vila Franca de Xira a ponderar demitir-se do cargo, revela o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Guadalupe Simões, dirigente sindical, revelou na última semana que a demissão dos cargos está a ser seriamente ponderada por quem ali trabalha, “como forma de pressão sobre a administração do hospital e sobre o governo” para que as várias reivindicações do sindicato sejam ouvidas.
O SEP emitiu entretanto um comunicado na última semana a avisar que o serviço de urgência do hospital “está em ruptura” e que quem ali trabalha está no limite da sua capacidade física e mental, fruto do que diz ser o elevado ritmo de trabalho, das horas extraordinárias programadas, “das sucessivas alterações de horário e do agravamento da degradação das condições físicas de trabalho”, lembrando que a pandemia já tinha levantado um grande desafio para a equipa de enfermagem o que a levou ao limite.
“A análise da situação actual do serviço de urgência não pode ser desligada do que foram as sucessivas decisões tanto da antiga gestão PPP, como do actual conselho de administração”, critica o sindicato, dando como exemplo a decisão de criar duas novas Salas de Observação que, para os enfermeiros, “provocaram um aumento significativo do número de enfermeiros por turno o que não se reflectiu no número de enfermeiros total do serviço”.
* Notícia desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE