Sociedade | 24-06-2024 15:00

Moradora de Coruche farta de ver a sua propriedade transformada numa lixeira a céu aberto

Moradora de Coruche farta de ver a sua propriedade transformada numa lixeira a céu aberto
TEXTO COMPLETO DA EDIÇÃO SEMANAL
Rosa Raposo quis manter privacidade da sua imagem, mas pede solução urgente para acabar com o lixo na sua propriedade em Santo Antonino, Coruche

Rosa Raposo queixa-se do lixo que é atirado para a sua propriedade, em Santo Antonino, por pessoas de etnia cigana que vivem em terreno municipal contíguo. Cidadã reclama soluções à câmara.

Rosa Raposo, residente na Quinta de São Martinho, em Santo Antonino, Coruche, está farta do despejo contínuo de lixo e dejectos para a sua propriedade por parte de pessoas de etnia cigana que vivem em habitações precárias num terreno municipal vizinho. “Desde 2005 começaram a invadir e sujar o meu terreno. Encontramos de tudo, nomeadamente pneus, fraldas, dejectos, chapas, embalagens e sacos de plástico espalhados pela propriedade”, lamenta.
A doméstica de 64 anos relata que, além da imundície, as árvores são vandalizadas, partem os vidros da casa, e alguns materiais, incluindo um portão de acesso e uma mota, foram roubados. A moradora, tal como uma vizinha, tem feito várias exposições à Câmara de Coruche, Guarda Nacional Republicana (GNR) e delegado de saúde. Em 2020, após uma vistoria conjunta com representantes da Unidade de Saúde Pública, Protecção Civil de Coruche, Câmara de Coruche e GNR, foi confirmada a gravidade da situação.
O delegado de saúde recomendou uma limpeza imediata e a reparação dos muros que separam as propriedades. Contudo, apesar de algumas intervenções, o problema persiste. “O município gradou o terreno e enviou um pedreiro para tapar os buracos no muro, mas eles voltam a abrir. Nada se resolve definitivamente”, lamenta Rosa Raposo. “Não posso ser eu a limpar um lixo que não é meu. Quero que tapem os muros como deve ser para impedir o acesso ao meu terreno”, reivindica.
Recentemente, Rosa Raposo voltou a apelar ao presidente da Câmara de Coruche, num documento datado de 13 de Maio de 2024. “Há três anos que o terreno não é limpo. Está novamente uma autêntica casa de banho a céu aberto. Vieram só gradar o terreno, que praticamente só espalhou os resíduos. É inadmissível a câmara saber desta situação e não agir”, escreveu a moradora, questionando se será necessário solicitar uma nova vistoria do delegado de saúde. Apela por uma solução que inclua a vedação adequada do terreno e a instalação de saneamento no terreno municipal.

Câmara reconhece problema e necessidade de soluções
Em declarações a O MIRANTE, o presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira, respondeu às crescentes queixas de Rosa Raposo reconhecendo que a situação é habitual e que a câmara realiza limpezas anuais no local, apesar do terreno ser privado, “porque está adjacente a um bairro residencial onde os habitantes não têm o cuidado necessário”. O autarca admite que, embora a câmara tente responder e minimizar o problema, nem sempre é possível fazê-lo no tempo desejado.
Quanto aos buracos no muro que delimita as propriedades, Francisco Oliveira disse que o muro é privado e a autarquia não pode interferir. “Se está partido, a senhora tem que mandar reparar, obviamente”. Sobre se há alguma intenção de dotar o bairro de saneamento básico, o autarca afirmou que a câmara está a desenvolver projectos no âmbito do programa 1.º Direito, onde se inserem habitações insalubres ou sem condições dignas, com vista a criar essas condições, não só de habitação, mas também do saneamento básico. Embora tudo esteja ainda no campo das intenções, Francisco Oliveira considera que a intervenção no bairro pode melhorar significativamente as condições de vida dos seus habitantes.
A GNR de Coruche também foi contactada por O MIRANTE no sentido de esclarecer que diligências tem feito sobre o caso, mas até ao fecho desta edição não obtivemos esclarecimentos.

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