Trabalhadores da Exide da Castanheira do Ribatejo lutam por melhores salários
Na sexta-feira, 21 de Junho, a produção da fábrica parou por causa de uma greve com forte adesão. São quatro centenas os trabalhadores que avisam que as condições de trabalho na fábrica de baterias tem de melhorar. Há pré-aviso de greve para todo o mês de Julho.
O processo negocial entre a empresa Exide da Castanheira do Ribatejo, que fabrica baterias e os mais de 400 trabalhadores está num impasse e sem solução à vista, o que levou a quase totalidade dos funcionários a fazer greve ao serviço na sexta-feira, 21 de Junho.
A situação forçou a paragem da produção da fábrica e a O MIRANTE o delegado e dirigente sindical dos trabalhadores, Fábio Roxo, avisa que já existe um pré-aviso de greve emitido para todo o mês de Julho, pelo Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI).
Os trabalhadores estão a lutar por uma revisão do acordo colectivo de empresa e exigem um aumento salarial mínimo de 200 euros para fazer face à inflação e ao aumento do custo de vida e uma melhoria na jornada de trabalho e nas compensações adicionais nos subsídios de turno. “O acordo de empresa já não está de acordo com as necessidades dos trabalhadores. Isto é uma empresa que dá lucro e que antigamente zelava muito bem pelos trabalhadores e hoje não é assim, não há um trabalhador aqui que se sinta valorizado e com vontade de continuar a trabalhar aqui”, lamenta o dirigente sindical a O MIRANTE. O sindicato e a administração da Exide já reuniram seis vezes este ano mas nunca com acordo à vista. A empresa propõe aumentos salariais a rondar os 4%, ou seja, perto de 60 euros, valores que não agradam a quem ali trabalha.
“Além do nosso trabalho estamos a vender também a nossa saúde, porque todos sabemos os problemas que o chumbo, o ácido sulfúrico e a lã de vidro provocam. Por muito que nos possamos proteger não podemos andar de fato de astronauta dentro da fábrica”, alerta o responsável. É por isso que os trabalhadores pedem uma redução nas horas de trabalho, para reduzir a potencial exposição ao chumbo e outras substâncias tóxicas usadas na produção de baterias.
A empresa disse entretanto aos representantes dos trabalhadores que vai tentar encontrar uma nova proposta de aumento mas o sindicato diz não ver ainda nada de concreto. De 1 a 26 de Julho os trabalhadores da Exide vão estar em luta duas horas por dia no turno da manhã. “O que pedimos à empresa é que chegue a um aumento digno e garanta que estes trabalhadores tenham condições para enfrentar os custos da inflação”, refere Fábio Roxo.