Sociedade | 26-06-2024 15:00

Nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes vai desenvolver território do Médio Tejo

Nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes vai desenvolver território do Médio Tejo
Instituto Politécnico de Tomar e Câmara de Abrantes submetem candidatura para requalificação da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes

Vai ser submetida a candidatura promovida pelo Instituto Politécnico de Tomar e pela Câmara de Abrantes ao Fundo de Transição Justa para a requalificação da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, num investimento de oito milhões de euros. Médio Tejo vai ter muitos milhões para recuperar do fecho da central do Pego.

A autoridade gestora do Programa Regional do Centro (Centro2030) anunciou na quarta-feira, 12 de Junho, que vai submeter à Comissão Europeia (CE) a candidatura à criação da futura Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), no âmbito do Fundo de Transição Justa (FTJ). “O processo de reprogramação operacional vai incluir uma alteração ao FTJ, que tem a ver com o caminho que já fizemos, ao nível do apoio a projectos empresariais, e da identificação de novas oportunidades que nos parecem relevantes para este território, como apoiar a concretização da Zona Livre Tecnológica (ZLT) e, noutra dimensão, apoiar a criação da nova ESTA”, disse Jorge Brandão, do conselho directivo do Centro 2030.
O objectivo destes investimentos é “mitigar os efeitos sociais e económicos decorrentes do fecho da produção de energia a carvão” na Central do Pego, em Abrantes, em 2021, com o Programa Centro 2030 a dispor de 65 milhões do fundo para “reforçar o tecido produtivo do Médio Tejo e promover a diversificação económica” do território, “fragilizado pelo encerramento da central e pela consequente perda de empregos e de actividade”, lembrou.

IPT e Câmara de Abrantes unidos no processo
O anúncio sobre a futura ESTA vai ao encontro das pretensões do Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e da Câmara Municipal de Abrantes que apresentaram uma candidatura conjunta para, através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) esta submeter à CE e ao FTJ o projecto de requalificação da ESTA, num investimento previsto de oito milhões de euros. A proposta visa agregar todas as valências da ESTA, que actualmente se encontram dispersas em vários edifícios no centro da cidade, no TagusValley – Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes, num projecto que quer “reabilitar e juntar espaços que estão disponíveis para formação profissional”, indicou o presidente do Instituto Politécnico de Tomar, João Coroado.
O IPT e a autarquia visam assim dotar “a sub-região do Médio Tejo de instalações adequadas e cursos superiores que possibilitem formação especializada através de capacitação destes ex-activos [da Central do Pego] para novas actividades e ajudem a captar, fixar pessoas e a criar emprego”, indicou o presidente do IPT.
O presidente da Câmara de Abrantes considera que “o encerramento da Central Termoelétrica a carvão deixou um rasto de perda significativa na economia local e regional”, que estimou em “muitos milhões de euros”, tendo defendido que “uma das formas de mitigar os prejuízos para toda a região será, seguramente, através do ensino superior, da capacitação de pessoas, do conhecimento, da ciência e da tecnologia”. Manuel Jorge Valamatos, que também preside à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, disse que é “uma excelente oportunidade aproveitar o FTJ, um fundo europeu que pretende mitigar o impacto do encerramento da central”, para submeter a candidatura da nova ESTA. “O Fundo de Transição Justa esteve muito focado, numa fase inicial, para as empresas (…), mas nós também entendemos que o impacto maior do encerramento da central foi precisamente aqui no nosso concelho, em Abrantes, e olhamos para isto como uma excelente oportunidade do FTJ deixar em Abrantes essa marca de um fundo que se destinou a minimizar os impactos do encerramento da central, em termos da economia, e seguramente marcaria muito a diferença e daria muita justiça a todo este processo”, defendeu.

Médio Tejo com milhões para recuperar fecho da Central do Pego

Jorge Brandão, da Autoridade de Gestão da Centro 2030, lembrou que o encerramento da central termoelétrica a carvão do Pego implicou a perda de 420 postos de trabalho, directos e indirectos, com efeitos negativos na cadeia de valor e um impacto significativo nas actividades económicas locais, e que a dotação de 65 milhões do FTJ decorre deste facto, estando o processo a evoluir “como planeado”. “O primeiro aviso tem já cativos 25 milhões para apoios ao investimento a sete empresas do Médio Tejo, no âmbito do FTJ, projectos aprovados e já em execução e que vão criar 209 postos de trabalho, e um segundo aviso está em fase final de avaliação de nove candidaturas, correspondendo a apoios de cerca de 26 milhões, sendo destinados a grandes empresas”, declarou.

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