Autarca de VFX diz que barulho de aviões é “coincidência” e “sensação” dos moradores
A reorganização do tráfego no aeroporto da Portela intensificou a passagem de aviões sobre as cidades de Alverca e Póvoa de Santa Iria e alguns moradores têm-se queixado do ruído. O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira já reuniu com o Governo e garante estar atento ao que a NAV vai fazer. Em Alverca, o presidente da junta diz que as explicações da empresa não o tranquilizaram.
A culpa é do vento que está a causar uma sensação de ruído: foi desta forma que o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira (PS), reagiu na última reunião do executivo a um novo conjunto de críticas ao ruído que está a ser sentido pela passagem dos aviões sobre o concelho desde que a empresa NAV Portugal - Navegação Aérea introduziu um novo modelo de gestão do tráfego aéreo no aeroporto de Lisboa.
“Nesta altura os ventos predominantes são sempre no mesmo sentido e por isso é que as descolagens estão a ser feitas para cima do nosso concelho. Terá sido essa coincidência do momento do ano e dos ventos dominantes que tem provocado essa sensação”, afirmou Fernando Paulo Ferreira. O autarca reagia às queixas dos vereadores Nuno Libório, da CDU, e Bárbara Fernandes, do Chega, que deram voz às queixas que têm sido manifestadas pela comunidade.
“A câmara contactou a NAV que nos deu conta das alterações feitas sobretudo nas aproximações à Portela e a nova rota para a zona Oeste. Ficaram de ver e estudar bem esta questão, até para ver se é preciso introduzir alterações no modelo na sequência do contacto que eu próprio fiz com a NAV e o ministro das Infraestruturas sobre o assunto”, vincou Fernando Paulo Ferreira, prometendo ficar atento a eventuais alterações que venham a surgir.
Menos convencido está o presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Cláudio Lotra, que afirmou na última assembleia de freguesia que as explicações da NAV não o descansaram. “Temos a preocupação de ir acompanhando este assunto”, lembrou o autarca, notando que as explicações da NAV valorizam critérios ambientais e outros que não podem ser feitos às custas da população. Uma posição que foi ao encontro da intervenção de Fernando Caio, da bancada da CDU, que acusou a NAV de não ter argumentos válidos para justificar a alteração. “Se isto tem valor económico para a empresa ou os passageiros quem está a pagar esse valor são os moradores, com a nossa saúde e perturbação para dormir”, criticou.
O assunto, recorde-se, ganhou dimensão depois de O MIRANTE noticiar as queixas que começaram a surgir no sul do concelho desde que a NAV implementou em Maio um novo sistema de gestão do tráfego aéreo. A NAV, empresa do sector público prestadora de serviços de navegação aérea no aeroporto de Lisboa, implementou um sistema de sequenciação - chamado “Point Merge” - para melhorar e reorganizar o tráfego no aeroporto da Portela mas a medida está a gerar dores de cabeça a quem vive no sul do concelho. Fonte oficial da empresa já tinha dado ao nosso jornal a mesma explicação que dera ao município, garantindo que essas alterações implicam impactos mínimos para a população o que, nas últimas semanas, tem sido refutado pela comunidade e vários autarcas.