Sociedade | 01-07-2024 10:00

Beneméritos asiáticos pagam reabilitação da Mina do Espadanal em Rio Maior

Beneméritos asiáticos pagam reabilitação da Mina do Espadanal em Rio Maior
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Antiga secção de trituração da fábrica de briquetes da Mina do Espadanal, em Rio Maior, vai ser reabilitada e musealizada com financiamento de mecenas orientais, por intermédio da Secção para o Intercâmbio Cultural Luso-Asiático do Clube UNESCO para o Património Cultural.

A antiga secção de trituração da fábrica de briquetes da Mina do Espadanal, em Rio Maior, vai ser reabilitada com fundos doados por mecenas asiáticos, ao abrigo do projecto cívico de salvaguarda e musealização do património mineiro do concelho. O contrato de empreitada para a reabilitação foi celebrado entre a EICEL1920 - Associação para a Defesa do Património e a empresa que irá avançar com a obra, integrada no plano de salvaguarda e musealização da antiga unidade industrial.

O processo de estudo e salvaguarda do património mineiro de Rio Maior foi iniciado em 2004 pelo presidente da direcção da EICEL1920, arquitecto Nuno Rocha, e “mereceu o reconhecimento das entidades oficiais e da comunidade científica”, refere a associação num comunicado sobre o projecto de recuperação faseada do complexo mineiro do Espadanal, que agora “entra numa nova fase”. De acordo com a associação, “numa primeira fase instalar-se-á um núcleo museológico, no qual será feita uma leitura integrada do património geológico e das evidências patrimoniais da atividade mineira e da indústria extrativa disseminadas pela região, e a apresentação da História do Couto Mineiro do Espadanal”.

Tendo em vista a futura dinamização de um Museu Mineiro, e a inserção do projecto nas redes internacionais de defesa e valorização do património cultural, a EICEL1920 promoveu a criação do Clube UNESCO para o Património Cultural, cujo protocolo de constituição foi celebrado em 23 de Novembro de 2019. O museu ficará definitivamente instalado na antiga fábrica de briquetes.

O reconhecimento do projecto “potenciou a obtenção de fundos para a realização da obra de restauro da antiga secção de trituração da fábrica de briquetes da Mina do Espadanal, no valor de cerca de 120 mil euros”, informou a associação, sublinhando que o financiamento foi conseguido através de apoios concedidos pelos beneméritos Chen Yanhong e Chau Seng Chon, por intermédio da Secção para o Intercâmbio Cultural Luso-Asiático do Clube UNESCO para o Património Cultural, coordenada por Leong Fu Cheong.

A concretização da obra dotará o concelho de Rio Maior de “um equipamento cultural longamente ambicionado pela comunidade riomaiorense, preservando e valorizando a memória da importante indústria mineira desenvolvida na região durante o século XX”, lê-se na nota. O edifício reabilitado constituirá ainda, segundo a EICEL1920, “um centro para o intercâmbio cultural Luso-Asiático integrado na Rede de Clubes e Associações UNESCO”.

O Complexo Mineiro do Espadanal, de que fez parte a Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal, é uma exploração de carvão iniciada durante a 1ª Guerra Mundial, em resposta à falta de combustíveis. Em 2010 foi criada a Associação para a Defesa do Património que, segundo o seu vice-presidente, Augusto Figueiredo, adoptou o nome EICEL 1920, por ter sido a empresa que explorou a mina. Desde a sua criação, a associação tem tentado mobilizar o município e a população “em defesa de um património definidor da identidade local.

Em 2013, o município adoptou as propostas da EICEL1920 para o Património Mineiro no Plano Estratégico de Desenvolvimento de Rio Maior e, em Julho de 2019, a Assembleia da República aprovou uma recomendação ao Governo para a classificação do conjunto edificado composto pela fábrica de briquetes e plano inclinado da Mina do Espadanal como Património de Interesse Público.

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