O servente que gosta de trabalhar nas obras e conhece o país à conta da profissão
João Miguel Cegonho chegou ao 9º ano de escolaridade e começou a trabalhar na construção civil.
Ainda tentou prosseguir os estudos até ao 12º ano, que era o seu objectivo, mas o ensino nocturno em que se tinha inscrito encerrou na sua Chamusca natal. O servente diz que gosta de trabalhar nas obras e o trabalho deu-lhe a oportunidade que não teria de outra forma de conhecer várias regiões do país.
João Miguel Cegonho começou a trabalhar nas obras aos 20 anos e 31 anos depois a fazer massa de cimento, acarretar tijolos, e fazer o que é preciso para os pedreiros trabalharem diz que gosta do que faz e não se vê a fazer outra coisa. Homem de vida pacata que ainda não encontrou a sua cara-metade, assunto que não o preocupa, o servente de pedreiro resigna-se às contrariedades que não o deixaram ir além do nono ano de escolaridade. Ainda começou a estudar no 10º ano à noite, mas entretanto as aulas em pós-laboral acabaram na Chamusca, a sua terra natal.
O trabalho às vezes é duro, sobretudo debaixo das altas temperaturas de Verão, mas João Miguel Cegonho, 51 anos de vida, não se encolhe perante as dificuldades. Diz que se habituou a trabalhar nas obras e que a profissão já lhe proporcionou conhecer várias regiões de Portugal, sobretudo quando trabalhou para a empresa Silvério e Melro com obras espalhadas pelo país. Há quatro anos que trabalha para Mira & Barreira, o servente, que gostava de ter estudado até ao 12º ano, diz que o que gosta mais de fazer de entre as suas tarefas é fazer massa na betoneira.
Foi quatro meses à tropa quando ainda havia o serviço militar obrigatório e esteve no Exército em Setúbal e no Entroncamento na especialidade de serviços de saúde. Confessa que gostou de ir à tropa, tal como gostava de brincar em miúdo a lançar o pião ou a andar de bicicleta. É um amante do snooker que aprendeu a jogar vendo os outros e costuma participar em torneios no Grupo Dramático Musical da Chamusca, tendo já uma colecção razoável de troféus, embora nenhum do primeiro lugar do pódio. Já ficou algumas vezes em terceiro e em segundo. João Miguel vive com a mãe, o pai morreu há 13 anos, e tem uma irmã. Andou no Grupo de Danças e Cantares da Chamusca dois anos. A sua paixão, além do snooker, é a pesca e costuma lançar o anzol no Tejo que tem quase à porta de casa. Nas férias vai à praia e também para casa de uma tia que tem no Entroncamento.