Mais de 18 mil utentes de Ourém não têm médico de família atribuído
No concelho de Ourém estima-se que existam mais de 18 mil utentes sem médico de família atribuído. Presidente da câmara pede mais acção por parte do Governo para solucionar problemas.
O presidente da Câmara Municipal de Ourém aproveitou as cerimónias oficiais do Dia do Município para apelar ao Governo mais intervenção na resolução de alguns problemas no concelho, sobretudo relacionados com a falta de acesso a cuidados de saúde. Luís Albuquerque deu conta de que existe actualmente no concelho mais de 18 mil utentes sem médico de família atribuído, ou seja, cerca de 40% da nossa população. O autarca aproveitou a presença do secretário de Estado Hélder Reis para deixar algumas reivindicações. “Apesar de todos os investimentos, o Município continua a trabalhar para resolver um conjunto de situações que infelizmente tardam em ser resolvidas e que dependem do Estado Central”, disse.
Luís Albuquerque salientou que o problema só não é mais gravoso porque se implementou, em tempo útil, o projecto “Bata-Branca”, que tem neste momento ao serviço nove médicos, que prestam serviços nos diversos pólos de saúde do concelho, num total de 150 horas semanais. “Relembro que o município não tem competência nesta área, e que mesmo assim, e com este projecto, estamos a assumir um investimento a rondar os 100 mil euros por ano para procurar colmatar este problema”, vincou. Ainda na área da saúde, o presidente sublinhou a falta de um Serviço de Atendimento Permanente (SAP). “A sua implementação permitiria um grande desafogo das urgências do hospital de referência, Leiria, e poderia satisfazer as necessidades da nossa população”, frisou, finalizando: “estas reivindicações têm anos, mas justificam-se plenamente, tendo em conta a nossa dimensão, o número de habitantes e a dispersão territorial e habitacional do concelho de Ourém”.
O problema da falta de médicos de família em Ourém dura há vários anos e tem vindo a agravar-se. Em 2022, existiam cerca de 13.500 utentes sem médico de família, o que correspondia a 30% da população. Na altura, Luís Albuquerque pediu para que o município fosse considerado pela Administração Regional de Saúde (ARS) um “concelho de carência médica”.