Vereadores questionam fiabilidade do Perfil de Saúde Municipal de Azambuja
Os vereadores do PSD e do Chega solicitaram o adiamento da votação do ponto sobre o Perfil Municipal de Saúde de Azambuja para uma melhor apreciação do que consideram ser um instrumento estratégico na área da saúde. Maioria socialista não foi sensível aos argumentos.
O executivo municipal de Azambuja realizou a primeira de sete reuniões de câmara descentralizadas no concelho no salão nobre da Junta de Freguesia de Aveiras de Baixo sendo o ponto sobre o Perfil Municipal de Saúde de Azambuja que sobressaiu no debate entre as diferentes forças políticas. O objectivo de votar e aprovar para submeter à assembleia municipal essa proposta acabou mesmo por ser concretizar apesar dos pedidos insistentes de retirada do assunto da ordem de trabalhos por parte dos vereadores do PSD e do Chega. A oposição de direita defendeu uma melhor apreciação do que consideram ser um instrumento estratégico na área da saúde, enquanto o executivo socialista entendeu ter todas as condições para aprovar o documento elaborado em Maio último.
O Perfil Municipal de Saúde identifica e hierarquiza os principais problemas, existentes e perspectivados, a que importa dar resposta no concelho de Azambuja. A elaboração desse documento constitui uma etapa prévia fundamental para a definição da Estratégia Municipal de Saúde, instrumento que vai definir as linhas gerais de acção e as respectivas metas, indicadores, actividades, recursos e calendário. Inês Louro, do Chega, frisou que este documento, à semelhança da Carta Social, “é essencial e importantíssimo” para definir a Estratégia Municipal de Saúde no concelho. “Este documento tem 200 páginas, está pronto desde Maio e merecia uma análise muito profunda e um debate igualmente pormenorizado”, vincou a vereadora.
O vereador do PSD, José Paulo Pereira, considerou que este foi o tema mais importante abordado na reunião de câmara. “Tive o cuidado de identificar no Perfil Municipal de Saúde que nele estão contidos 72 gráficos, 43 quadros, 18 figuras em 201 páginas”, precisou o social-democrata, apelando a uma análise cuidada. “Continuo a dizer quanto melhor for a oposição melhor é o governo”, disse o autarca, considerando que “seria da mais elementar justiça” solicitar “mais algum tempo” para estudar o documento.
O executivo socialista lembrou que, contrariamente à Carta Social, o Perfil Municipal de Saúde teve uma reunião prévia onde foram discutidos um conjunto de matérias. A vereadora Margarida Coelho (PS) mostrou-se “sensível” quanto ao número de páginas que o documento apresenta, mas reforçou à oposição que foi feita uma apresentação prévia do mesmo. “Todos puderam colocar as questões que tinham e entendo, independentemente de tudo, que temos todas as condições para hoje [18 de Junho] discutirmos e aprovarmos, ou não, esta proposta. Como tal a não retiramos da ordem de trabalhos”, defendeu.
O vereador Rui Corça lembrou que “efectivamente foi feita uma apresentação de um documento que não foi distribuído”. Segundo o político, do conjunto de informações apuradas, “há muitos dados esquisitos” para quem conhece a realidade do concelho. “Digam-me se é preferível fazer uma estratégia em cima de um mau diagnóstico? Pode não servir para nada atirarmos ao alvo errado. Expliquem-me a urgência em aprovar o documento”, questionou Rui Corça na sessão.
O vice-presidente do município, António Matos, contrapôs a posição do vereador do PSD, frisando que “não podia dizer que o Perfil Municipal de Saúde é um mau documento se argumentam não ter tido tempo para o analisar. Como é que sem o analisar chegam a essa conclusão?”, perguntou.