Sociedade | 09-07-2024 07:00

Degradado Teatro Rosa Damasceno interessa ao município mas não a qualquer preço

Degradado Teatro Rosa Damasceno interessa ao município mas não a qualquer preço
Ricardo Gonçalves admitiu o interesse do município em ficar com o velho Teatro Rosa Damasceno

A Câmara de Santarém não esconde o interesse em ficar com o devoluto Teatro Rosa Damasceno, mas o presidente do município garante que nunca chegará ao valor de 350 mil euros fixado em leilão por um edifício degradado que “vale zero”.

A Câmara de Santarém está interessada em ficar com o degradado e devoluto Teatro Rosa Damasceno mas não pretende cobrir a parada de 350 mil euros, valor base por que foi colocado a leilão o edifício em resultado do processo de insolvência da empresa Enfis, Hotelaria e Turismo. Na última sessão da assembleia municipal, o presidente da Câmara de Santarém não escondeu o interesse da autarquia em ficar com o histórico imóvel, mas não a qualquer preço. Até porque, segundo Ricardo Gonçalves, o imóvel “vale zero”, tendo em conta que está em zona agora considerada non aedificandi (onde não é permitido construir) e qualquer intervenção de requalificação obriga, previamente, à realização de trabalhos de estabilização da encosta adjacente e da estrutura do edifício que não custarão menos de 500 mil euros.
Ricardo Gonçalves revelou que a sua posição já foi comunicada à massa insolvente da Enfis, Hotelaria e Turismo, empresa que integrou o grupo Enfis liderado pelo empresário Joaquim Rosa Tomaz. O Rosa Damasceno está em zona considerada non aedificandi e com o acentuar da degradação verificou-se que não se conseguem colocar micro-estacas para consolidar as encostas sem estabilizar primeiro a estrutura do imóvel.
Ou seja, quem quiser comprar o edifício para lhe dar um destino terá primeiro que garantir obras de estabilização na encosta das traseiras, que o anterior proprietário do edifício não permitiu, quando o município interveio em várias barreiras da cidade. “O município não pode pagar por um imóvel que vale zero. Só para começar é preciso gastar 500 mil euros”, enfatizou o autarca, lembrando que somando essa verba ao valor base do leilão a despesa rondaria quase um milhão de euros só para se ficar com o imóvel e poder-se fazer alguma coisa dele. “A Câmara de Santarém nunca oferecerá esse montante e duvido que algum investidor o faça”, afirmou Ricardo Gonçalves, em resposta a questões colocadas pela eleita da CDU Rita Correia.
O presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém, Diamantino Duarte (PS), também se pronunciou sobre o assunto, considerando que o município devia fazer um esforço para tentar chegar a acordo com os credores da empresa para ficar com aquele imóvel “e fazer ali algo de importante para a cidade”.

Hotel em Santarém também em leilão
O antigo Teatro Rosa Damasceno, em Santarém, está à venda em leilão electrónico com um valor base de 350 mil euros. O degradado edifício faz parte do lote de imóveis colocados no mercado em resultado do processo de insolvência da empresa Enfis, Hotelaria e Turismo. Outro património de relevo em leilão é o Hotel UMU, também em Santarém, nas proximidades do hospital distrital, que tem um valor base de 2.969.000 euros.
Da lista constam ainda um apartamento duplex em Alvor (Portimão) pelo valor de 444.823 euros; parcelas de terreno em Santarém com um valor de 70.370 euros; um sótão em Santarém por 12.500 euros; e mobiliários de hotelaria com um valor base de 35.740 euros. O leilão electrónico teve início no dia 3 de Junho e as propostas podiam ser apresentadas até às 15h00 de dia 2 de Julho de 2024.
A Enfis, Hotelaria e Turismo foi proprietária do antigo Teatro Rosa Damasceno e dos terrenos adjacentes, nas traseiras do imóvel, onde a empresa proibiu a realização de obras de consolidação das encostas, promovidas pelo município. A antiga sala de espectáculos foi adquirida em 2004 pelo grupo Enfis ao Clube de Santarém. A intenção do Grupo Enfis seria requalificar e remodelar aquele edifício, classificado como de interesse público, dotando-o de novas valências, nomeadamente áreas comerciais e habitacionais. No entanto os projectos nunca saíram do papel. Em Março 2007, um incêndio de causas desconhecidas destruiu quase por completo o interior da antiga sala de espectáculos.

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