Sociedade | 14-07-2024 10:00

Poluição em Parceiros de Igreja levou munícipes à Assembleia Municipal de Torres Novas

Poluição em Parceiros de Igreja levou munícipes à Assembleia Municipal de Torres Novas
Moradores continuam a sentir problemas e aparentemente as irregularidades prosseguem

A população de Parceiros de Igreja, no concelho de Torres Novas, foi em peso à última assembleia municipal para tomar uma posição de força em relação à poluição emitida pela Cratoliva. Os presidentes da câmara e da assembleia municipal afirmam estar do lado dos moradores.

Vários moradores de Parceiros da Igreja pediram a palavra na última Assembleia Municipal de Torres Novas para se queixarem do “cheiro nauseabundo” e do “ruído insuportável” que a Cratoliva, fábrica de processamento de bagaço de azeitona, continua a emitir. A poluição atmosférica e sonora criada pela unidade fabril, localizada a apenas um quilómetro da aldeia de Parceiros de Igreja, está a afectar de forma dramática o bem-estar e a saúde dos moradores, afirmam.
O problema arrasta-se há vários anos e piora drasticamente a cada dia. “Não conseguimos abrir uma janela por causa da poeira e do mau cheiro. Por vezes nem reconhecemos o vizinho que está do outro lado da estrada devido a tanto fumo na atmosfera”, referiu um dos residentes presentes na reunião de autarcas.
O presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas, José Trincão Marques, também subiu ao púlpito, algo pouco habitual, para se manifestar enquanto cidadão. José Trincão Marques vive um pouco mais longe da fábrica, mas, mesmo assim, afirma sentir a poluição. “É um problema gravíssimo e existe legislação em Portugal para se cumprir”, referindo o artigo 1346º do Código Civil sobre a “emissão de fumo, produção de ruídos e factos semelhantes”.
O presidente da câmara municipal, Pedro Ferreira, lamentou a falta de intervenção das autoridades competentes, já chamadas pela autarquia a actuar. “Convocámos a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR LVT), a Agência Portuguesa do Ambiente, o SEPNA da GNR (funciona como uma polícia ambiental), a Delegação de Saúde, a ASAE e até o próprio proprietário da Cratoliva, que nos prometeu parar com a queima dentro da fábrica. Vamos ver se cumpre”, declarou Pedro Ferreira.
Numa das últimas edições O MIRANTE deu conta do arrastar do problema. Os vereadores mostraram-se solidários com a população, sendo que o vereador do PSD, Tiago Ferreira, considerou a poluição emitida pela Cratoliva como um “atentado ambiental”. “É impossível para as pessoas viverem naquela realidade”, afirmou.

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