A história da Petisqueira Central em Tomar por onde entrou um carro desgovernado que deixou um rasto de destruição
O café Petisqueira Central, em Tomar, tem as portas abertas há mais de 60 anos. Ao longo dos anos muitos episódios aconteceram, mas o pior ocorreu recentemente, quando um carro entrou desgovernado para dentro do estabelecimento, deixando um rasto de destruição sem precedentes.
A madrugada de 9 de Junho de 2023 vai ficar para sempre na memória do café/restaurante Petisqueira Central, em Tomar. Um automóvel ligeiro de passageiros despistou-se na Rua Principal de Cabeças e entrou desgovernado no estabelecimento comercial deixando um rasto de destruição sem precedentes. O Petisqueira Central existe há mais de seis décadas. A dona do espaço, Maria João, de 57 anos, cresceu no café, que é uma herança deixada pelos pais. Trabalhou no café durante 15 anos e actualmente tem o espaço alugado. A O MIRANTE afirma que “nem queria acreditar” quando na madrugada do dia 9 de Junho lhe ligaram a dizer que tinha um carro dentro do café.
“Vim logo para cá quando me ligaram. Fiquei sem chão quando vi o que tinha acontecido”, conta, acrescentando que quando chegou e viu o carro dentro do café pensou: “sorte a do senhor e sorte a nossa de não ter acontecido à hora do expediente porque tinha acontecido uma tragédia ainda maior”, disse. O Comando Sub-Regional de Emergência e Protecção Civil do Médio Tejo registou apenas um ferido leve que foi transportado para o Hospital de Abrantes.
Vânia Santos é quem está actualmente a explorar o espaço e conta que já apanhou vários sustos desde que trabalha no estabelecimento. Trabalhava nas limpezas e sempre teve o sonho de abrir um café. Desde que abriu portas já apanhou vários sustos. “Em Dezembro, um grupo de rapazes entrou aqui, insultaram-me e partiram a vitrine do café”, conta. Outro episódio foi o carro do seu avô que, por acidente, foi contra o café, partindo vidros e deixando um grande prejuízo. No acidente do dia 9 de Junho, Vânia Santos explica que estava a dormir quando uns vizinhos do café lhe ligaram a dizer o que tinha acontecido. Diz que veio logo para o café e que encontrou o condutor assustado e a chorar. “O senhor só pedia desculpa e dizia que estava tudo bem”, relata. Vânia Santos conseguiu assistir ao acidente através das das câmaras de vigilância e diz que parecia uma bomba: “São imagens impressionantes, vê-se o carro a entrar, depois há destroços por todo o lado e são 20 minutos de pó”, refere. O prejuízo causado pelo acidente ronda os 24 mil euros.
Nas despedidas do repórter de O MIRANTE, Maria João, natural do Entroncamento, mas a viver em Tomar desde os oito meses, sublinha que, embora os vários percalços, o café continua a trazer-lhe boas memórias, nomeadamente as da infância passada no estabelecimento da sua família.