Valorsul lembra que requalificação de Mato da Cruz será só a última fase do processo
Empresa vai explorar aterro sanitário até ao último centímetro que a legislação permitir e garante que já está pronto o plano de encerramento do aterro mas só quando tiver aprovação das entidades responsáveis é que avançará.
A “montanha de lixo de Arcena”, como é conhecido entre os moradores de Alverca o aterro sanitário de Mato da Cruz da empresa Valorsul, que transformou a paisagem da zona tendo passado de um vale para uma montanha em 26 anos de funcionamento, vai continuar a ser utilizado até ao último centímetro e de acordo com a licença ambiental em vigor, válida até 2026.
Na sequência da notícia avançada por O MIRANTE há uma semana, de novamente se estarem a ouvir queixas da comunidade e dos autarcas por causa dos impactos do aterro sanitário, a Valorsul explica que não existiu qualquer alteração à operação de Mato da Cruz recentemente, nomeadamente no que se refere à recepção de resíduos ou transporte e tratamento de escórias que pudesse fundamentar os maus odores ou a queda de pequenos flocos sobre Arcena nos dias de vento, explicação que não bate certo com as queixas de quem ali vive.
“Temos equipas em permanência na instalação para garantir o normal funcionamento e manutenção do aterro”, garante a Valorsul, lembrando que a requalificação paisagística do espaço é parte integrante do processo de encerramento e selagem faseada, mas que essa será apenas “a última fase do processo”. O plano de encerramento do aterro, garante a empresa, já foi elaborado, mas está a aguardar aprovação por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT). “Após a sua aprovação será dado início ao processo de consulta e contratação das empreitadas referentes às selagens faseadas das células do aterro, que incluirão a requalificação paisagística”, explica a empresa.
Recorde-se que, como O MIRANTE noticiou, o aterro sanitário de Mato da Cruz, situado no alto de Arcena, Alverca, continua a provocar incómodos à comunidade e em especial nos dias de vento. Os autarcas confirmam que é preciso que a empresa que o explora, a Valorsul, faça alguma coisa para minimizar os problemas. No topo das queixas da população que vive perto do aterro estão os maus cheiros que, diz quem ali reside, estão a ficar mais intensos com o passar dos anos e são particularmente sentidos em dias de vento. No início do mês houve também quem se queixasse de estar a ver cair nos quintais e nos passeios flocos cinzentos semelhantes a escórias.
* Notícia desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE