Vistoria a Colégio do Cartaxo revela problemas com infra-estruturas
Vistoria da Câmara do Cartaxo ao Pergaminho Mágico, onde uma criança recentemente ingeriu detergente, verificou problemas de segurança.
São também apontadas algumas condições que precisam de ser resolvidas para se evitar o agravamento das condições de segurança e salubridade das edificações e do logradouro do colégio, que não tem licença da Segurança Social. São propostas limpezas, pinturas e impermeabilizações para também acabar com humidades e bolores em paredes e tectos, bem como resolver a situação do amontoado de mobiliário que torna os espaços em labirintos.
Os extintores e saídas de emergência do colégio Pergaminho Mágico no Cartaxo estão na sua maioria obstruídos ou são de difícil acesso, segundo conclui uma vistoria da câmara municipal, realizada após a mãe de uma criança se ter queixado de que a sua filha ingeriu detergente nas instalações. A comissão de vistoria de dois técnicos da autarquia e um dos bombeiros concluíram que o colégio, uma parte num edifício antigo onde funcionou o Colégio Almeida Garret, empresa dona do edifício, e outra parte mais recente no logradouro com construções em estruturas metálicas, de outros proprietários, tem um médio estado de conservação e determinam a realização de 21 medidas e obras para corrigir as anomalias.
A vistoria refere que a não serem feitas as obras, da responsabilidade dos proprietários, vão agravar-se as condições de segurança e salubridade das edificações, podendo vir a afectar ao longo do tempo a estrutura das construções. Além da situação de segurança relacionada com os meios de protecção contra incêndios, os técnicos chamam também a atenção para a falta de material anti-derrapante em degraus, fraca ventilação e iluminação das casas de banho que também são usadas para arrumarem materiais que não deviam estar nesse local e realçam que nos espaços há vários equipamentos móveis amontoados tornando-os autênticos labirintos que geram confusão nos trajectos.
Algumas das intervenções propostas passam por limpezas, por exemplo da zona do telhado, bem como pinturas e impermeabilizações interiores e exteriores de modo a evitarem infiltrações. Até porque se verifica em ambas as construções alguns espaços com humidades, bolores e salitres nas paredes e tectos. O município, que pediu entretanto esclarecimentos ao Instituto da Segurança Social sobre a regularidade do funcionamento do colégio, com as valências de berçário, creche jardim-de-infância, 1º ciclo e ATL, depois de O MIRANTE ter noticiado que o colégio não tem licença da Segurança Social, segundo confirmou este organismo que tem competência fiscalizadora confirmou.
Entre outras reparações que são necessárias estão a reparação ou substituição de vãos de portas, criação de canais de ventilação das instalações sanitárias, limpeza de vegetação infestante do logradouro bem como remoção da sucata existente neste espaço e que não se adequa à utilização do prédio. Os técnicos apontam que devem ser retirados os equipamentos obsoletos na área da copa: deve ser requalificados alguns pavimentos e deve ser feita uma selecção dos móveis para garantir uma utilização funcional dos espaços.
Recorde-se que O MIRANTE noticiou o facto de a Segurança Social ter verificado que o rácio de pessoal não corresponde ao estipulado nas normas, considerando que o número de pessoas ao serviço corresponde ao que é necessário para a valência de creche. A directora do colégio, Zulmira Simão, contactada por O MIRANTE, foi questionada sobre a situação da criança e sobre as posições da Segurança Social, mas preferiu sempre não prestar declarações.
Pais contra fecho do Pergaminho Mágico
Cerca de três dezenas de pais que têm as crianças no Colégio Pergaminho Mágico manifestaram vontade de que o espaço continue aberto. A informação foi dada pelo presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, João Heitor, que esteve reunido na quarta-feira, 3 de Julho, com os pais e a directora do colégio, Zulmira Simão. “Os pais não querem que o colégio feche. Sendo uma empresa localizada no concelho vamos tentar manter o espaço aberto, com autorização das entidades competentes”, disse o autarca.