As pizzas chegaram a Vialonga há quase trinta anos e continuam na moda
Para muitos é felicidade servida às fatias. Para uns com fruta, para outros nem vê-la. À portuguesa, à italiana, à brasileira ou em forma de calzone (dobrada ao meio), a pizza é um fenómeno de popularidade por todo o mundo e no âmbito do Dia Mundial da Pizza, celebrado a 10 de Julho, O MIRANTE falou com o pizeiro mais antigo de Vialonga, Adriano Santos, da Expresso Pizza.
Com fruta ou sem ela, massa alta ou fina, comida à mão ou com talheres, com peixe ou carne, de farinheira a ovos estrelados, não há limite para a imaginação do que uma pizza pode levar e as respostas a estas questões continuam a dividir opiniões. Por isso o melhor é ir trincando uma fatia enquanto se debatem os prós e contras, porque hoje em dia a pizza continua a mostrar-se um prato à prova da passagem do tempo.
Tal como a Expresso Pizza de Vialonga, de Adriano Santos, que foi um dos primeiros a abrir uma pizzaria naquela vila do concelho de Vila Franca de Xira, há já 27 anos. Na altura foi uma aposta arriscada mas que acabou por valer a pena. Para Adriano Santos, a resposta do que mais gosta na pizza é rápida: ananás. E se for ananás e atum (uma especialidade da casa) melhor ainda. Mas admite que passar a vida a preparar pizzas o fez cansar-se de as comer. Em Vialonga não há quem não conheça Adriano Santos, um homem que diz sempre com um sorriso que se não atende o telefone é porque está com as mãos na massa - literalmente. “Venho para aqui todos os dias às quatro da manhã para preparar tudo e fazer a massa. As pizzas saem rápido mas para que isso aconteça tem de estar tudo bem preparado. E depois só saio pelas dez ou onze da noite”, conta a O MIRANTE.
Adriano Santos é de Castro Daire e diz com um sorriso ter migrado para Vialonga há quase três décadas, depois de regressar da Suíça onde aprendeu com os mestres como fazer a pizza perfeita. E a receita parece ter tido sucesso: começou sozinho e hoje tem quatro empregados. Aos fins-de-semana a equipa cresce com outros três elementos que dão uma ajuda. O segredo de uma boa pizza é a massa, o molho de tomate e a forma como é confeccionada no forno. A Quatro Estações é a rainha da ementa mas todas saem em grande número. Enquanto O MIRANTE conversava com Adriano Santos o telefone não parava de tocar. “Queria ver se me reformava este ano mas só se não houver ninguém que pegue nisto”, confessa o empresário que diz ter nojo das pizzas congeladas dos supermercados. “Nem lhes toco. Não tem nada a ver com isto. Uma pizza digna desse nome tem de ser feita numa pizzaria”, defende.
As mãos do pizeiro fazem também toda a diferença, garante, porque a massa tem de estar no ponto certo. “Há umas semanas uma senhora disse-me que devia ter qualquer coisa nas minhas mãos que fazia as pizzas espectaculares. Isso emocionou-me”, conta. Nas pizzas, como na vida, é preciso meter paixão e gosto no que se faz e isso tem sido o mote de Adriano Santos, para felicidade de todos os que adoram este prato com raízes italianas.
Um sucesso italiano
A pizza tem origens em Itália - acredita-se em 997 DC - mas ganhou popularidade global depois de os Estados Unidos a terem adaptado e alterado a seu gosto ganhando algumas das características que hoje conhecemos neste prato, incluindo a ideia de entrega em casa. Além do disco de massa de farinha de trigo, coberto com molho de tomate, a pizza leva tradicionalmente vários ingredientes, como queijo, enchidos, carnes e ervas aromáticas, como manjericão ou orégãos e é cozida no forno. A pizza napolitana, considerada a tradicional e a que deu origem a todas as outras, foi registada em 2017 na lista de património cultural imaterial da UNESCO. Uma das primeiras pizzarias do mundo chamava-se Port’Alba, aberta em 1738 em Nápoles e que foi ponto de encontro de artistas famosos de outros tempos, como Alexandre Dumas. Já a ideia polémica de colocar ananás na pizza é creditada a Sam Panopoulos, grego emigrado no Canadá que em 1962 acrescentou essa fruta na pizza pela primeira vez.