Silvas de casa devoluta danificam telhado de habitação de idosa no Cartaxo
As silvas de uma casa devoluta na Rua do Cemitério, Beco 5 de Outubro, no Cartaxo, estão a afectar a cobertura da casa de uma idosa de 78 anos. Limpeza terá de ser feita a expensas do município na presença das autoridades.
Maria Leopoldina Silva, 78 anos, queixa-se há cinco anos à protecção civil e Câmara do Cartaxo das silvas provenientes de uma casa devoluta ao lado da sua que lhe estão a danificar o telhado da habitação, sita na Rua do Cemitério, Beco 5 de Outubro, no Cartaxo. O MIRANTE pediu esclarecimentos ao serviço municipal de protecção civil, que garante que têm sido enviadas notificações para a morada sem qualquer efeito. A autarquia pretende contratar uma empresa e avançar com os trabalhos na presença das autoridades, que vão arrombar o portão. A expectativa é de que o problema esteja resolvido até Setembro.
Natural de Pontével, Maria Leopoldina trabalhou num aviário e durante cerca de 40 anos foi funcionária da Câmara do Cartaxo na área da limpeza. Reformou-se antecipadamente, é divorciada e vive sozinha há vários anos. Tem um filho de 49 anos em França que não vê há cinco anos. O outro filho morreu de acidente há 14 anos. Paga 170 euros de renda porque a casa pertence à Misericórdia do Cartaxo e de dois em dois meses tem de arcar com as despesas do corte das silvas que chegam a estar penduradas em frente à sua porta, conta.
A denúncia partiu da sua conhecida Maria Elisabete, que viu em O MIRANTE a notícia do vizinho Fernando Carvalho a queixar-se dos beirados dos telhados danificados pelos camiões, intitulada “Estacionamento abusivo e passagem de camiões são dores de cabeça para moradores do Cartaxo”. Maria Elisabete descreve Maria Leopoldina como uma pessoa de bom coração que gasta dinheiro para alimentar os animais que vê nas suas caminhadas de quilómetros que incluem paragens na câmara municipal e nos bombeiros para falar sobre o problema das silvas.
Recorde-se que o prazo para a limpeza de matas e terrenos terminou a 31 de Maio. As coimas previstas pela falta de limpeza podem atingir os 5 mil euros para pessoas singulares e 25 mil euros para pessoa colectiva, valores que variam segundo a respectiva câmara municipal. Entre 2018 e 2023, a GNR registou maior incumprimento da limpeza de terrenos nos distritos de Santarém (4.131 contraordenações), Castelo Branco (2.816), Braga (2.660), Coimbra (2.061) e Aveiro (1.802).