A febre das 4L é uma tradição na Chamusca
Albino Rogeiro e Noémia, de Vialonga, são um casal que fez parte de uma comitiva com cerca de 130 pessoas que participaram na oitava edição do Encontro de Renault 4 da Chamusca, organizado pela União das Freguesias da Chamusca e Pinheiro Grande. André Ricardo montou uma banca de venda junto à sede da união de freguesias.
O Encontro Renault 4 organizado pela união das freguesias Chamusca e Pinheiro Grande é um sucesso há oito edições. Além de promover o convívio, dá a conhecer o património natural e cultural da Chamusca e arredores. De norte a sul do país, foram cerca de 60 as 4L que participaram no passeio do último sábado, 20 de Julho, que contou com uma visita ao Museu Ferroviário Nacional, no Entroncamento, e um almoço-convívio com actuações de folclore, canto e sevilhanas.
A 4L amarela de Albino Rogeiro, 63 anos, e da esposa Noémia, vindos de Vialonga, no concelho de Vila Franca de Xira, voltou à estrada depois de, no ano passado, ter sido levada de reboque da iniciativa por precisar de uma nova bomba de água. A mecânica simples é umas das características que Albino Rogeiro aprecia nas 4L. Na década de 80 teve de se desfazer de uma porque já era pequena para o seu trabalho de feirante. Natural da Covilhã, vendeu na Torre, o ponto de maior altitude na Serra da Estrela, acessórios para o frio e material para escorregar na neve. Subiu-a durante quatro anos e “melhor do que todos”, diz, por causa da tracção dianteira. Comprou uma Volkswagen Pão de Forma para trabalhar, e mais tarde, ao participar com um Renault Clio num evento 4L em Azambuja, ficou com o “bichinho” e comprou uma 4L. A “sua amarela”, adquirida há mais de oito anos, é uma das suas grandes paixões. Comprou-a com cerca de 200 mil quilómetros e ainda não fez os 300 mil. Trocou-lhe o motor e quer deixá-la aos netos, uma vez que o mais velho, que vai fazer 18 anos, adora andar na viatura. Não vai a passeios muito longe e o seu sonho era levar a neta de sete meses ao passeio na Chamusca, o que não foi possível porque a sua 4L, sendo de 1988, ainda não tem cintos de segurança atrás.
Albino Rogeiro queixa-se de que já é difícil encontrar peças para carros a partir dos 15 anos e tem sempre de reserva para a 4L porque sabe que vai precisar um dia. No dia do passeio comprou dois apoios de motor e caixa a André Ricardo, 49 anos, que montou uma banca de venda junto à sede da união de freguesias. Natural do Cartaxo, onde organizou a feira de clássicos durante 12 anos, dedica-se à venda de peças para carros antigos e compra e venda de clássicos. Explica que são peças novas que compra em lotes e que aproveita para comprar o recheio de lojas antigas que fecham. Herdou o amor aos clássicos do pai, amante de Minis, e chegou a ter 50. O seu clássico preferido é o Austin Apache ou um Mercedes 280. Nos seus mais de 30 carros, tem também uma Renault 4L. “Dá para viver e ajudar toda a gente”, afirma a O MIRANTE, revelando que já enviou peças para o Japão, Malásia, Austrália e Bahamas.