Investimento de milhões na ETAR de Seiça ainda não é suficiente para resolver problemas estruturais
Foi inaugurada a obra de reabilitação da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Seiça. Tema da poluição do rio Nabão voltou a estar em cima da mesa, com autarca de Tomar a referir que só as obras não vão resolver esse problema.
A obra de requalificação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Seiça foi inaugurada na quinta-feira, 18 de Julho, mas é consensual entre os autarcas que lideram os municípios envolventes que a estrutura precisa de mais investimento para que os seus problemas sejam resolvidos de vez. Esta empreitada custou cerca de dois milhões de euros.
Na cerimónia de inauguração, organizada pela empresa Tejo Ambiente, estiveram presentes diversas entidades, como autarcas de Ourém, Tomar, Sardoal, Mação, entre outros, a presidente do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa.
O presidente da Câmara Municipal de Tomar, Hugo Cristóvão, levou para debate o tema da poluição do rio Nabão, referindo que a menor capacidade da ETAR, antes das obras de requalificação, também contribuía para a poluição, embora os episódios tenham origens diversas, sublinhou. “Esperamos que hoje seja um marcar de uma nova página para reduzir a ocorrência desses episódios de poluição”, disse. O autarca de Tomar reforçou ainda, dirigindo-se ao secretário de Estado de que apenas a obra não será suficiente para resolver a situação.
O presidente da Câmara Municipal de Ourém, que também é presidente do conselho de administração da Tejo Ambiente, Luís Albuquerque, afirmou que para resolver todos os problemas da ETAR será necessário um investimento de cerca de 19 milhões de euros, de forma a reabilitar todos os emissários. “Um dos grandes problemas que temos é que, na altura das grandes chuvadas, por força da deterioração dos emissários, há influências muito significativas de águas pluviais, que obviamente ultrapassam nesses dias a capacidade de tratamento desta ETAR”, explicou Luís Albuquerque. “Investimos aqui cerca de dois milhões de euros. A ETAR tem mais de 22 anos e necessitava urgentemente de intervenção”, vincou, acrescentando que a infraestrutura serve actualmente mais de 10 mil habitantes, embora esteja dimensionada para 15 mil, “o que dá uma margem de manobra grande”.
A presidente do Conselho de Administração da ERSAR, Vera Eiró, destacou a importância da agregação de municípios para levar a cabo estas intervenções. Vera Eiró sublinhou ainda que, o que foi feito nesta ETAR, tem que ser replicado por todo o país.