Sociedade | 30-07-2024 15:00

Alunos precisam de apoio e orientação para desfazer mitos e decidir o seu futuro

Alunos precisam de apoio e orientação para desfazer mitos e decidir o seu futuro
Especialistas avisam que decisões tomadas pelos alunos no 9º e 12º ano têm um grande peso na carreira futura

A escolha dos cursos e estabelecimentos de ensino pelos alunos ainda é muito influenciada por estereótipos e preconceitos. Psicólogo escolar defende que os jovens devem ser orientados e que se deve trabalhar para quebrar certos mitos. Essa foi uma das ideias fortes de um encontro promovido pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo no Entroncamento.

Os alunos devem ser ajudados a decidir o seu percurso escolar sem se guiarem ou serem influenciados por estereótipos ou preconceitos, nomeadamente em relação à escolha de cursos ou modelo de ensino a seguir. “No 9º ano se o jovem for para ciências, os pais acham que o futuro está garantido e é o único caminho de sucesso, mas se for para humanidades ou artes visuais já é um vácuo de incertezas. A mesma coisa se decidir ir para um curso profissional ou para um politécnico após terminar o ensino obrigatório”, afirmou o psicólogo Luís Tavares, que participou no quarto encontro de equipas multidisciplinares, promovido pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), que decorreu no Entroncamento.
O psicólogo escolar foi o primeiro orador da sessão da tarde, onde falou sobre as decisões tomadas pelos alunos no 9º e no 12º ano e o peso que as mesmas têm na carreira futura. Luís Tavares defende que os alunos precisam de apoio e orientação para conseguir gerir e decidir da melhor maneira o futuro da sua carreira. Luís Tavares chama a atenção para os mitos, estereótipos e preconceitos relativos a cursos e faculdades, como politécnicos e que cabe aos psicólogos e a toda a comunidade escolar, juntamente com as famílias trabalhar para quebrar esses mitos.
Maria do Céu Taveira é consultora cientifico-técnica e destaca ser fundamental trabalhar a promoção de carreira junto dos alunos desde tenra idade. “É um processo longitudinal que devia começar no pré-escolar e seguir com os alunos até ao 12º ano no processo de intervenção de carreira com base no desenvolvimento vocacional de cada um. E para isso é fundamental acompanhar o sistema escolar dos alunos ao longo dos vários anos”, afirma.
Sílvia Oliveira abordou o trabalho dos psicólogos escolares, que considera solitário, destacando a importância do modelo de redes de psicólogos escolares para um trabalho conjunto e partilha de soluções comuns. “É a melhor forma de pensarmos todos juntos. Existem reuniões três vezes por ano em que tentamos desenvolver ferramentas estratégicas para trabalhar com os alunos no âmbito vocacional”, diz, acrescentando que é fundamental capacitar os psicólogos de ferramentas para ajudar os alunos na área vocacional.
Hélder Marques, antigo professor e membro da Unidade de Planeamento Estratégico e Projectos Intermunicipais da CIMT, considera que “os alunos, por vezes, tomam decisões que não são as melhores e andam perdidos sem saber para onde ir e é aí que é necessário intervir com base nas necessidades de cada aluno”. Vinca que desde o 1º ciclo que existem ideias vocacionais na cabeça dos alunos mas, em alguns casos, existe uma confusão intelectual que precisa de apoio e organização para fazerem a escolha certa.
“Temos de envolver todos os agentes para apoiar os alunos. Não basta haver luz ao fundo do túnel mas iluminar todo o caminho para que ninguém fique no escuro, isso é fundamental para o desenvolvimento e orientação de carreira e quanto mais cedo for trabalhado, melhor”, conclui Hélder Marques.

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