Sociedade | 30-07-2024 07:00

Verdelha do Ruivo em Vialonga transformada numa lixeira

Verdelha do Ruivo em Vialonga transformada numa lixeira
TEXTO COMPLETO DA EDIÇÃO SEMANAL
Os antigos lavadouros, junto à ribeira, estão a degradarse e cheios de lixo e ratos, queixa-se uma moradora

Verdelha do Ruivo, em Vialonga, é palco de deposição de todo o tipo de monos e lixo. Os infractores dão-se ao trabalho de subir até à pequena localidade para deitar fora o que já não querem. Os moradores da zona queixam-se que a resposta das autoridades tem sido insuficiente.

Os moradores da Verdelha do Ruivo, em Vialonga, sentem-se esquecidos pelo poder local. Lixo e mato por cortar são cartão de visita da localidade, que tem sido palco de depósito de monos por parte de quem se quer desfazer do que já não precisa. “Uma aldeia tão pequena com muita coisa que está mal. A Junta de Freguesia de Vialonga não passa cartão e quando telefono para a Câmara de Vila Franca de Xira pedem para mandar e-mail. Não somos todos obrigados a ter e-mail, principalmente os idosos. Ninguém que saber de nada”, lamentou uma das residentes.
Por esta altura do ano é comum as pessoas irem até à Verdelha do Ruivo deixar os colchões que já não querem em casa, mobílias e todo o tipo de monos. Um dia a recolha é feita mas no dia a seguir está tudo na mesma. Os antigos lavadouros, junto à ribeira, estão a degradar-se e cheios de lixo e ratos. Em volta, o canavial tem quase dois metros de altura e mistura-se com ervas por cortar.
O presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, João Tremoço, disse a O MIRANTE que desde 1 de Julho de 2023 que é a Câmara de Vila Franca de Xira a recolher os monos e que nos primeiros meses a situação agravou-se muito até se ajustar o processo. Para mitigar a situação foi criada uma linha de cariz informal, através do WhatsApp, com o propósito de agilizar as recolhas. A junta envia fotografias dos locais com monos para que a recolha seja mais célere.
“A situação hoje está muito melhor, mas reconhecemos que não está perfeita. A freguesia tem locais com bons acessos e isolados sendo por isso convidativa para as empresas, muitas delas de fora da freguesia e até do concelho, despejarem o lixo em vez de o levarem a locais destinados a essas recolhas e onde é feita a valorização e aproveitamento de alguns materiais”, disse o autarca.
Quanto aos lavadouros, João Tremoço diz que a degradação se acentuou por causa das intempéries e que os recursos humanos não chegam para tudo. “A junta tem conhecimento desta situação e logo que possível iremos fazer uma limpeza no espaço e reparar o que podemos reparar de imediato. Isto não invalida uma intervenção profunda no espaço, quando houver condições financeiras”, diz.

Estacionamento indevido impede recolha de lixo
Os moradores deram conta que após as questões colocadas por O MIRANTE a Câmara de Vila Franca de Xira esteve no local e recolheu os monos e lixo acumulado na Rua Humberto Delgado, vedando o local. A autarquia explicou que tem notificado os donos dos terrenos privados para a realização de intervenções de limpeza e desmatação e que monitoriza as zonas de depósitos ilegais em articulação com a PSP e GNR, tendo já sido levantados vários autos aos infractores.
A recolha de lixo na Verdelha do Ruivo é feita dia sim, dia não, durante a noite. “Quando o estacionamento indevido impede o acesso por parte das viaturas, situação que infelizmente ocorre com alguma regularidade, o serviço tenta proceder à recolha noutros horários. Para minimizar estes impedimentos já foram relocalizados contentores para o Largo 25 Abril”, diz o município. A título de exemplo, revela que na madrugada de 10 de Julho, só conseguiu passar a viatura de recolha mais pequena e com dificuldade. O veículo maior que efectua habitualmente esse circuito não conseguia passar.
A Câmara de VFX diz ainda que lava os caixotes de lixo de 45 em 45 dias e que naquela localidade foram lavados no dia 10 de Junho. Os equipamentos de deposição de resíduos indiferenciados vão ser substituídos e será colocado o embalão em falta. “No entanto, os serviços municipais detectam muitas vezes deposições incorrectas fora dos equipamentos, que estão muitas vezes vazios, às quais acrescem deposições de resíduos de grandes dimensões (monos) noutros dias que não os definidos pelo município para cada uma das freguesias”, revela o município.

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