Sociedade | 31-07-2024 07:00

Fábrica de Parceiros de Igreja com actividade suspensa pela ASAE

Fábrica de Parceiros de Igreja com actividade suspensa pela ASAE
TEXTO COMPLETO DA EDIÇÃO SEMANAL
População não vai baixar os braços

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) diz que existem fortes suspeitas de que o óleo alimentar apreendido numa fábrica de bagaço de azeitona situada na aldeia do concelho de Torres Novas iria ser comercializado como azeite. Fábrica de Parceiros de Igreja tem sido acusada de poluição.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) anunciou a apreensão de 18.200 litros de óleo alimentar, com um valor superior a 57.420 euros, numa indústria no concelho de Torres Novas. O MIRANTE apurou, junto de fonte próxima da autarquia, que a fábrica em causa é a Cratoliva, que tem sido responsável pelo aparecimento de resíduos na ribeira e poluição atmosférica. Em comunicado, a ASAE adianta que a apreensão foi feita no âmbito da operação de fiscalização “Oliva” a uma indústria de extracção e refinação de óleos vegetais, com embalamento de óleos e azeites, no concelho de Torres Novas.
No âmbito da acção foi instaurado um processo-crime por suspeita de fraude sobre mercadorias e, ainda, efectuada a apreensão de 18.200 litros de óleo alimentar e 177.690 rótulos com menção de azeite. De acordo com a ASAE, existem “fortes suspeitas de que o óleo alimentar iria ser comercializado como azeite”. A ASAE adianta que foi instaurado um processo de contra-ordenação por deficiência das condições de higiene e estruturais, tendo sido determinada a suspensão imediata da actividade da Cratoliva.

População continua a exigir fim da poluição
A população da aldeia de Parceiros de Igreja, em Torres Novas, exigiu soluções para um problema de maus cheiros e poluição, tendo o município assegurado que as autoridades realizaram uma inspecção à fábrica Cratoliva. O vereador João Trindade (PS) esteve reunido na aldeia com cerca de 60 populares a quem transmitiu a informação de que uma fábrica local de processamento de bagaço de azeitona havia sido alvo de uma “inspecção musculada” na quarta-feira, tendo indicado ser “necessário aguardar pelo relatório” final “para se tomarem decisões em conformidade”, e que pode passar pelo fecho ou por investimentos. A reunião, que encheu o antigo Clube Recreativo de Parceiros de Igreja, decorreu depois de, há três semanas, a população ter-se deslocado em peso à Assembleia Municipal de Torres Novas para denunciar um problema que afirmaram ser “de saúde pública” e colocava em causa o próprio “respirar” na aldeia, onde habitam cerca de 900 pessoas, tendo o vereador assegurado então uma resposta célere e novidades no espaço de duas semanas. “Algo tem de ser feito e algo tem de mudar, para bem do ambiente e da saúde das pessoas”, declarou João Trindade.
Em declarações à Lusa, o presidente da União de Freguesias de Brogueira, Parceiros de Igreja e Alcorochel, Manuel Carvalho, assegurou que a população não vai baixar os braços perante um problema que afirmou ser “muito grave, não só para as pessoas de Parceiros de Igreja mas também para aldeias vizinhas, onde também chegam as partículas e os maus odores” emitidos pela fábrica. “Com este odor não se consegue viver aqui porque a empresa não se actualizou e está a laborar como há 100 anos. Nós não vamos baixar os braços, de certeza absoluta, e se alguém vai ter de ir embora é a empresa, não as pessoas”, vincou.

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