Sociedade | 04-08-2024 21:00

Nova urbanização com 1.300 apartamentos em Alverca divide autarcas

Promotores do espaço da antiga Tertir, em Alverca do Ribatejo, querem avançar com um pano de pormenor para o antigo espaço industrial para criar um mega projecto de habitação. Há quem considere a ideia proposta como dantesca e censurável.

O espaço da antiga Tertir no centro de Alverca, onde foram instalados em 2020 vários contentores que deram muito que falar, pode vir a transformar-se numa urbanização com uma dezena de prédios até uma altura máxima de dez andares e com um total de 1.354 apartamentos. Os dados constam dos termos de referência que irão ajudar a orientar a criação de um Plano de Pormenor (PP) para o espaço, que foram aprovados por maioria em reunião de câmara de Vila Franca de Xira com os votos contra da CDU e a abstenção do Chega. O documento vai para consulta pública antes de ter aprovação final.
O presidente do município, Fernando Paulo Ferreira (PS), diz que é um “primeiro e importante passo” na reformulação da entrada sul de Alverca, acabando de vez com o depósito de contentores ali existente e permitindo criar uma cidade interligada com mais habitação e serviços. “Queremos espaços requalificados de qualidade competindo directamente com a capital do país e reter população que procura hoje soluções habitacionais no nosso concelho”, vincou o autarca, lembrando que os termos de referência agora aprovados incluem uma solução de arrendamento acessível.
Já a CDU, pela voz de Nuno Libório, criticou o processo, dizendo ter tudo para ser censurado. “Tudo isto nasce de um requerimento suscitado por um promotor privado que tem ambições para aquele espaço. Quer um PP com termos e referências que passam por alterar o ordenamento e utilização dos terrenos, para uma operação imobiliária de grande dimensão e impacto para a cidade e o concelho com uma densidade habitacional de 70 fogos por hectare”, alertou.
Também o Chega, pela voz de Rui Santos, condenou a construção do que chamou serem “arranha céus” no centro de Alverca, num projecto “incongruente” que não deve ser executado. “Vamos colocar numa zona de serviços uma zona habitacional. A iniciativa privada é de louvar, mas o que está aqui previsto é absolutamente dantesco. É surreal alguém aceitar uma urbanização deste tipo naquele local e com estas características”, criticou.
Por fim, David Pato Ferreira, da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), não se opôs ao avanço dos termos de referência mas avisou que estará contra a construção de dez edifícios de dez pisos que não respeitem a harmonia urbanística da cidade. “O que se impõe saber é com esta capacidade habitacional como é que vamos garantir que artérias já de si densamente utilizadas conseguem escoar as pessoas que entram e saem de Alverca todos os dias”, frisou, lembrando preferir habitação de qualidade do que camiões a atravessar a cidade diariamente para carregar contentores.

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