Funcionária de união de freguesias de Coruche suspensa por suspeita de desvio de dinheiro
O Ministério Público está a investigar eventuais ilícitos detectados na delegação de Vila Nova da Erra. Suspeita-se que pagamentos de serviços ou taxas à Junta de Freguesia de Coruche, Fajarda e Erra não eram liquidados na totalidade e que alguns montantes eram desviados.
Uma funcionária da União de Freguesias de Coruche, Fajarda e Erra foi suspensa devido à detecção de irregularidades financeiras e a situação está a ser investigada pelas autoridades competentes. Segundo informações apuradas por O MIRANTE, a funcionária desempenhava funções na delegação de Vila Nova da Erra e existem indícios de que se terá apropriado de valores relativos a pagamentos de serviços ou taxas à junta de freguesia.
Os residentes pagavam as facturas na delegação da União de Freguesias na Erra, mas estas continuavam por liquidar no mês seguinte. Os lesados apresentaram reclamações e a investigação que se seguiu detectou irregularidades. O presidente da Junta da União de Freguesias de Coruche, Fajarda e Erra, Nuno Azevedo, esclareceu que “o assunto não está encerrado”, justificando que este “é um processo jurídico e há questões ainda a apurar”.
Segundo o autarca, “houve indícios de que os registos eram diferentes dos valores que davam entrada. Foram apurados esses indícios porque havia provas fortes dessas diferenças e juridicamente fomos recomendados a que se procedesse a uma suspensão preventiva de uma funcionária”. Em declarações a O MIRANTE, Nuno Azevedo acrescentou que “as coisas ainda estão a correr para se provar a culpa ou a inocência” da trabalhadora.
O presidente da Junta não confirmou se em causa estão facturas relacionadas com a Águas do Ribatejo, sublinhando, contudo, que “não é do conhecimento da junta questões que tenham a ver com fornecedores externos”, esclarecendo em seguida que tem a ver com pagamentos de serviços ou taxas à junta de freguesia. “Entre os valores que davam entrada e os valores que estavam registados havia discrepâncias”, disse. Nuno Azevedo escusou-se a detalhar sobre os valores em causa. “Não vou falar porque é algo que está na competência jurídica e os valores podem não estar ainda totalmente apurados”, referiu.
O presidente da Junta garantiu que os serviços estão a funcionar normalmente e, desse ponto de vista, está tudo salvaguardado. “Não tenho ideia de quanto tempo vai demorar todo este processo, são processos jurídicos e cabe às entidades competentes efectuar as diligências. A nós cabe apenas colaborar e foi isso que fizemos. O processo foi comunicado ao Ministério Público. Nesta fase não há muito mais a adiantar”, finalizou. As investigações prosseguem para determinar a existência de ilícitos e apurar responsabilidades.