Projecto Maria vai continuar a acompanhar vítimas de violência doméstica no Médio Tejo
Os Espaços M, no âmbito do projecto Maria, vão continuar a funcionar no Médio Tejo como rede de suporte para vítimas de violência doméstica. Estão previstas actividades de informação, sensibilização e prevenção primária.
A candidatura Maria III, submetida pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIM Médio Tejo), foi aprovada pelo PESSOAS 2030 - Programa Temático Demografia, Qualificações e Inclusão, tendo como objectivo principal dar continuidade à estratégia integrada de intervenção na área da Violência Doméstica e de Género no Médio Tejo (VDG). A execução da candidatura está centrada em melhorar as diversas respostas das Estruturas Municipais de Apoio e Acompanhamento a Vítimas de Violência Doméstica - os Espaços M, existentes nos 11 concelhos do Médio Tejo. Outro dos objectivos é dar continuidade a um trabalho articulado com as redes locais de resposta integrada à problemática da VDG na região.
Vai decorrer, até ao fim de 2024, múltiplas acções de atendimento e apoio directo e especializado às vítimas de violência doméstica e de género, através das equipas multidisciplinares que integram as estruturas de apoio e de atendimento. Também estão previstas actividades de informação, sensibilização e prevenção primária e exclusivamente relacionadas com a dimensão do apoio prestado às vítimas. Ao longo dos meses, vão ser realizados materiais formativos e informativos de suporte às actividades relacionadas com as temáticas.
Ainda no âmbito social, a CIM Médio Tejo anuncia que, no âmbito da mesma candidatura, vai dar continuidade ao apoio: RAP – Reposta de Apoio Psicológico no Médio Tejo. A RAP é uma resposta especializada no atendimento psicológico a crianças e jovens até aos 18 anos vítimas de violência doméstica. Funciona em parceria e em articulação com os Espaços M e as CPCJ dos municípios da região ribatejana. A equipa tem como missão prestar o apoio psicológico e psicoterapêutico, com o recurso a metodologias de intervenção individual ou em grupo, baseadas em abordagens especializadas focadas no trauma. Com a continuidade do apoio RAP, que se iniciou em Março de 2022, vão ser promovidas acções de atendimento, acompanhamento e apoio especializados psicológicos e psicoterapêuticos para crianças e jovens vítimas de violência doméstica, reforçando as equipas técnicas, nomeadamente as que se encontram afectas aos Espaços M.
Há cada vez mais vítimas masculinas
O MIRANTE foi em 2021 ao gabinete do Espaço M, situado junto à Praça da República, em Tomar, conversar com as duas técnicas que trabalham há vários anos na área com o objectivo de ajudar e colocar ao dispor das vítimas os meios necessários para a mudança dos padrões das suas vidas. “Trabalhar com vítimas exige uma gestão emocional enorme. São as vítimas que têm de querer mudar de vida, não podemos ser nós a obrigá-las. As que não querem, não nos resta outra solução senão aceitar aquilo que não podemos mudar”, explicaram. Embora a prevalência das vítimas ainda seja feminina, afirmaram que há cada vez mais homens a “perderem a vergonha” na hora de denunciar os maus tratos que sofrem.