Oposição em Abrantes diz que requalificação do Cine-Teatro São Pedro tem muitas falhas
Falta de acessibilidade e lugares de estacionamento são algumas das críticas apresentadas pelos vereadores da oposição no executivo de Abrantes em relação à requalificação do Cine-Teatro São Pedro. Maioria socialista mantém confiança no projecto e diz que é fundamental para o concelho.
A empreitada de restauro, reabilitação e ampliação do Cine-Teatro São Pedro, em Abrantes, continua a gerar debate nas reuniões de câmara com os vereadores da oposição à maioria socialista a deixarem muitas críticas depois de uma visita às intervenções. O vereador Vítor Moura (PSD) referiu que a visita às obras o deixou de pé atrás em relação a muitos aspectos, que considera “condicionantes” para o que se espera do espaço. O autarca criticou o facto de “não haver estacionamento” para veículos e também “não ter acesso a camiões de grande dimensão”, numa alusão à necessidade que as equipas têm para descarregar os equipamentos. Para Vítor Moura a redução da lotação do Cine-Teatro também é um factor a ter em conta pelo lado negativo. “É uma condicionante muito importante (…) 337 pessoas (número da lotação) para o nosso concelho é muitíssimo pouco”, disse, acrescentando que o foco agora deve ser reabrir o mais depressa possível as portas do Cine-Teatro à população. Recorde-se que o Cine-Teatro São Pedro está encerrado desde 2018.
Também o vereador do ALTERNATIVAcom, Vasco Damas, interveio para criticar a empreitada realizada, afirmando que as dificuldades de acesso ao equipamento e a falta de estacionamento são condicionamentos a ter em conta e que podem pôr em causa o investimento realizado, disse, acrescentando que o seu partido defende a criação de um novo Centro Cultural e de Congressos, e também de um pavilhão multiusos, para complementar a oferta no concelho.
Maioria acredita no projecto
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos, reforçou que o executivo acredita na requalificação e a ampliação do Cine-Teatro São Pedro, embora tenha referido que se falou na possibilidade de se construir um novo. “Houve quem achasse que nós devíamos esquecer o Cine-Teatro e que devíamos fazer um novo (…) Não há outra hipótese. Diga-me um outro sítio para fazer um Cine-Teatro no centro histórico. Precisamos de um centro histórico dinâmico, não podemos é querer umas coisas de um lado e coisas de outro”, sublinhou, acrescentando que a requalificação tem exigências do ponto de vista regulamentar que em outros tempos não tinha. “Estamos a fazer uma ampliação para dar respostas que o próprio Cine-Teatro não tinha. Mas precisamos muito desta requalificação, porque diz muito aos abrantinos. Ficar ao abandono seria absolutamente terrível”, vincou.