Centros de saúde e hospitais do Médio Tejo com maior partilha de informação
A Unidade Local de Saúde do Médio Tejo tem a funcionar um sistema de ligação entre os médicos de família e os hospitalares. Este é um dos 32 projectos que esta entidade gestora dos centros de saúde e dos hospitais de Torres Novas, Tomar e Abrantes está a implementar desde o início deste ano.
Uma permanente interligação entre as unidades de cuidados primários e hospitalares, permitindo que médicos e doentes partilhem mais informação, está “em pleno funcionamento” na Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo, no âmbito do projeto “Linha Directa”. Este interface tecnológico permite que os médicos de família possam consultar os colegas especialistas em questões específicas, ou na observação de um doente, sem necessidade de encaminhamento para o hospital para a realização de uma segunda observação física.
A ULS refere que o sistema “permite que ambos os médicos estejam de facto a ver e conversar com os utentes e colegas, em tempo real, e com uma qualidade de imagem extraordinária”. Os clínicos dos cuidados hospitalares podem utilizar esta tecnologia para complementar elementos sobre o historial de saúde do utente. Para operacionalizar o programa, foram adquiridos mais de 100 computadores. O “Linha Direta” é um dos dois projectos destacados pela ULS no balanço da sua actividade desde a entrada em funcionamento, em Janeiro. No primeiro semestre do ano foram implementadas 17 das 32 medidas prioritárias para 2024, com “ganhos de saúde e eficiência”, destacando-se a interligação entre os diferentes níveis de cuidados.
Em comunicado, o presidente da administração, Casimiro Ramos, afirma que “a criação das unidades locais de saúde tem sido um catalisador fundamental para esta mudança” e para o “aproximar os cuidados de saúde das comunidades”. A ULS Médio Tejo dá resposta directa a cerca de 169.274 utentes dos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei, concelhos dos distritos de Santarém e Castelo Branco. A estrutura possui três hospitais: Abrantes, Tomar e Torres Novas.
Entre as iniciativas já concretizadas, é referido também o projecto “Gestão de Casos Clínicos”, através do qual são realizados “mensalmente, pelas distintas especialidades clínicas, ‘workshops’ temáticos, e debatidos casos clínicos entre médicos hospitalares e médicos dos cuidados de saúde primários”. A medida “vem potenciar a partilha e atualização permanente de conhecimentos, para um melhor atendimento clínico”. Dos 32 projetos definidos, “a esmagadora maioria – um total de 22 – dizem respeito à implementação de melhorias directamente relacionadas com a prestação de cuidados de saúde” e as restantes 10 referem-se à melhoria de procedimentos e sistemas de informação.
A ULS Médio Tejo, que referiu ter alcançado neste período a acreditação integral das três unidades hospitalares pelo modelo internacional ACSA (Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucia), com o nível máximo de “Bom”, destacou ainda a criação de um centro de investigação e inovação “dirigido a todos os profissionais, acolhendo e valorizando os seus projectos, tendo como ponto de partida o utente e a melhoria contínua de práticas e serviços de saúde”.
Na ortopedia foi criada uma equipa de enfermeiros especializados em reabilitação e em articulação com os cuidados de saúde primários e, na pneumologia, há agora equipas multidisciplinares a darem resposta diferenciada a utentes com doença pulmonar e/ou respiratória crónica graves. A nova Consulta de Diagnóstico e Acompanhamento Pneumológico está a dar especial atenção os casos de tuberculose e a consultas de apoio intensivo à cessação tabágica.