Sociedade | 18-08-2024 15:00

Nasce em ambulância dos Bombeiros de Benavente depois de ser encaminhada para hospital a 155 km de casa

Nasce em ambulância dos Bombeiros de Benavente depois de ser encaminhada para hospital a 155 km de casa
João Costa e Mário Gil foram dois dos bombeiros de Benavente que ajudaram no nascimento da Catarina, a primeira filha de Andreia Pereira. fotoDR

Andreia Pereira, de Foros da Charneca, em Benavente, foi encaminhada para o Hospital de Abrantes, a 155 quilómetros de casa quando já tinham rebentado as águas. Bombeiros de Benavente asseguraram sucesso do parto e a pequena Catarina nasceu sem percalços.

Andreia Pereira, uma jovem de 19 anos, teve o dia mais feliz da sua vida a 11 de Agosto, na ambulância dos Bombeiros de Benavente, à entrada da auto-estrada A10: o nascimento da sua primeira filha, Catarina. Os bombeiros transportaram Andreia Pereira e o parto foi realizado às 8:01h na rotunda da Estrada Nacional 118, junto ao nó de acesso à auto-estrada A10.
A pequena Catarina nasceu cerca de duas horas depois de terem sido chamados os bombeiros. A mãe, grávida pela primeira vez, reside em Foros da Charneca, mas viu-se envolta na teia burocrática de maternidades encerradas ou lotadas. José Nepomuceno, comandante dos Bombeiros Voluntários de Benavente, explica a O MIRANTE os contornos do parto em que participaram os colegas da corporação João Costa e Mário Gil.
“Fomos chamados para uma ocorrência por volta das seis horas da manhã para uma jovem de 19 anos, com 40 semanas de gravidez. Na chegada à residência, em Foros da Charneca, a bolsa já tinha rebentado e a equipa pediu apoio diferenciado. Não havia apoio diferenciado, por sua vez fez-se a passagem de dados ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e disseram que se tinha de dirigir para o Hospital de Abrantes”, começou por descrever.
Com a unidade hospitalar localizada a 155 quilómetros da residência da parturiente, os profissionais indicaram que “era quase impossível porque já estava em trabalho de parto”. Mesmo assim deslocaram-se pela auto-estrada, mas quando chegaram a Benavente tiveram de parar e pedir novamente apoio diferenciado. Esse apoio diferenciado (à segunda tentativa) já estava disponível. “Vieram fazer a ajuda junto à A10, mas quando chegaram a bebé já tinha nascido”, referiu o comandante a O MIRANTE.
Aos dois bombeiros que acompanharam a grávida desde o primeiro momento juntaram-se outros colegas da mesma corporação e a equipa da VMER do INEM chegou “cinco minutos depois”, garantindo “a estabilidade à parturiente e à bebé”. Ambas acabaram por ser encaminhadas para o Hospital de Vila Franca de Xira, unidade hospitalar que rejeitou, primeiramente, receber a grávida em trabalho de parto. Quem não assistiu ao parto foi o pai da criança, uma vez que a primeira indicação era de que mãe e filho iriam seguir para Abrantes. De acordo com os bombeiros, a maternidade de Santarém encontrava-se “sobrelotada”, Vila Franca de Xira fechada e a sala de partos do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, também estava encerrada.
Para os bombeiros “não foi a primeira vez que aconteceu”, até porque os elementos dos soldados da paz “têm formação”, contudo, como salienta José Nepomuceno, “não é uma situação normal, mesmo para a parturiente que não está no sítio correcto pois devia estar num hospital a receber todos os cuidados que devia ter. Em todo o caso, correu tudo bem”, conclui.

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