Fernando Ramos, natural de Lisboa e residente em Alverca do Ribatejo, é o novo maestro da Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS), onde já iniciou os ensaios. Com 44 anos, é casado e pai de dois filhos músicos. A O MIRANTE, Fernando Ramos explica como surgiu a oportunidade de liderar a SFUS. “Cheguei a Samora Correia porque vi que estavam à procura de um maestro e enviei o meu currículo. Fui a uma entrevista, conversámos um bocadinho e entenderam que seria uma boa aposta”, refere.
O maestro, que com 10 anos entrava pela porta do Conservatório Nacional, já realizou dois ensaios com a banda, “bastante positivos”, vinca. O músico antevê um futuro positivo na filarmónica, reconhecendo a importância histórica da SFUS. “As minhas expectativas são grandes dado o facto da SFUS ser uma banda centenária, uma banda já com nome e, portanto, vou tentar elevar ao máximo possível o nome da SFUS”, frisa. O maestro acredita que a banda deve diversificar o seu repertório, incindindo a sua linha musical vocacionada para os concertos e espectáculos relacionados com a tauromaquia, tradição profundamente enraizada na cultura de Samora Correia. “Devemos pegar num repertório atractivo, pensando sempre no público para que estamos a tocar, por outro lado, queremos mostrar, aos jovens, peças atractivas e que eles se sintam agradados a ouvir, despertando neles curiosidade em experimentar e aprender música. A banda deve ser um pólo agregador das gentes de Samora Correia. Isso é muito importante”, reforça.

Uma ligação de longa data à música
Fernando Ramos tem uma ligação à música muito influenciada pelo seu pai, também músico e clarinetista. Começou a sua formação musical aos nove anos e, um ano depois, ingressou no Conservatório Nacional, em Lisboa. Desde então, e ainda hoje, continua a estudar música. O novo maestro acredita que a música tem um papel fundamental no desenvolvimento dos jovens, afastando-os de outras distracções, como as tecnologias, e proporcionando-lhes “arte, companheirismo, responsabilidade e uma aprendizagem diversificada”. Fernando Ramos define-se como “uma pessoa normal que adora música, que se esforça para ser hoje alguém melhor que ontem”, destacando a importância de promover um ambiente saudável e de constante evolução nas suas iniciativas.
Fernando Ramos desempenhou o cargo de maestro da Banda de Música da Liga dos Amigos de Castelo Novo (Algés) entre 2013 e 2020 e foi maestro da Banda de Música do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa de 2015 a 2022. Actualmente, é maestro da Banda do Samouco (desde Junho de 2017) e da Banda da Sociedade Filarmónica União Samorense (desde Julho de 2024).

Um percurso dedicado à música

Fernando Jorge da Silva Ramos, natural de Lisboa, nasceu em 1979 e iniciou os seus estudos musicais aos nove anos, sob a orientação do seu pai, na Banda da Carris (Lisboa). A sua formação académica inclui estudos no Conservatório Nacional, na Academia Nacional Superior de Orquestra e no Instituto Piaget de Almada. Foi finalista do Prémio Jovens Músicos da RDP na categoria de Solista nível Médio e integrou a ópera “Aida” de Verdi, realizada no Estádio Nacional. Em 1998, ingressou no Xira Brass, com o qual realizou concertos por todo o país e participou na gravação de um CD.
Fernando Ramos aperfeiçoou a sua técnica em master classes de trompete. A sua carreira docente inclui passagens pela Banda da Carris (Lisboa), Banda Vitória da Carregueira (Chamusca), Banda de Carcavelos, Banda de Loures e Banda Recreativa de Bucelas. No panorama musical, participou em gravações de álbuns de artistas de música ligeira portuguesa e integrou o elenco musical de “Judy Garland - O Fim do Arco-Íris”. Colaborou ainda com várias orquestras. Em termos de composição, destaca-se a criação da marcha “Com’Paço”, adoptada como hino oficial do Festival de Bandas de Lisboa. As suas obras foram gravadas pela West Europe Orchestra (Bombarral), Banda da Armada Portuguesa e Banda Sinfónica do Exército. Fernando Ramos também realizou arranjos e composições musicais para marchas populares em diversas localidades. A sua formação em direcção de banda inclui a frequência de master classes e workshops com maestros de renome. Participou na 1ª Semana Académica “Cultura em Segurança”, promovida pela Banda Sinfónica da PSP, na classe de direcção de Banda do Maestro Comissário Ferreira Brito.