Venda do pavilhão da Nersant foi assunto na reunião de câmara de Torres Novas
Vereador Tiago Ferreira (PSD) pediu contas ao presidente do município sobre a venda do pavilhão da Nersant, que tem gerado muita polémica e que levou um empresário a acusar a direcção da associação de o ter usado para vender a outro interessado por um preço mais barato. Pedro Ferreira diz que até agora não recebeu quaquer informação por parte da direcção da Nersant.
O vereador do Partido Social Democrata no executivo municipal de Torres Novas, Tiago Ferreira (PSD), aproveitou a sessão camarária de 31 de Julho, para questionar o presidente do município sobre o assunto da possível venda do pavilhão da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém. “Aproveito para lhe perguntar se há novidades, nos últimos 15 dias sobre a venda ou não do pavilhão da Nersant”, questionou.
O presidente da câmara municipal, Pedro Ferreira (PS), respondeu no imediato: “da parte da Nersant só recebemos mais um ofício a justificar que estavam a tratar de uma segunda oportunidade de negócio com valores superiores e que quando tivessem dados mais concretos que diziam. Não disseram nada até agora”, vincou Pedro Ferreira.
Tal como O MIRANTE noticiou, a Nersant já tem comprador para o pavilhão de exposições de forma a conseguir tesouraria para fazer face às dificuldades que a actual direcção herdou do mandato de Domingos Chambel, actual presidente da assembleia-geral da associação. Ao que apurámos e noticiámos, e não foi desmentido até agora, um empresário e intermediário de uma multinacional, natural do Entroncamento, interessado na compra do pavilhão, acusa a direcção da Nersant de o usar depois de ter oferecido dois milhões de euros e de, aparentemente, não conseguir fechar negócio por lhe terem dado o dito pelo não dito.
Segundo contou a O MIRANTE, a primeira proposta de compra, depois de um contacto do presidente da Nersant, Pedroso Leal, foi de 1,7 milhões de euros, com a garantia de que a associação poderia usar o auditório e restaurante em condições a combinar. Mais tarde, devido a uma alegada proposta de outro interessado, de que foi informado pelo presidente da Nersant, o intermediário e empresário do Entroncamento, aumentou o valor da compra para dois milhões de euros. Entretanto, ficou a saber que o negócio já não seria feito com ele, mas com outro interessado, embora, segundo lhe disseram, por menos cem mil euros.
O MIRANTE falou com o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, que confirma que foi informado de uma primeira proposta e que agora há outra, não conseguindo para já avançar com valores, salientando na conversa que a autarquia está empenhada em garantir os 30% que tem no negócio. Ao que apuramos, uma das condições da autarquia é que a venda não impeça a Nersant de continuar a usar o auditório e o restaurante que fazem parte das infraestruturas do pavilhão. Com esta exigência, a câmara municipal parece querer garantir uma certa actividade associativa que a Nersant tem vindo a perder depois de Domingos Chambel ter tomado o poder e ter aberto uma guerra que obriga a Nersant a vender património para não ir ao fundo.
Recorde-se que o pavilhão em causa tem duas hipotecas, uma já muito antiga e outra em nome de Domingos Chambel, que emprestou dinheiro à associação que lhe deu como garantia a hipoteca do imóvel. O contrato do empréstimo já terá expirado mas até à data os associados da Nersant não têm qualquer informação sobre a forma como foi renovado. Pedroso Leal assumiu a presidência da direcção e também o cargo de director executivo que nestes últimos trinta anos foi sempre desempenhado por um profissional de gestão. António Campos foi o último director executivo, durante os últimos quase trinta anos, tendo saído alegando justa causa, processo que está no tribunal de trabalho e que já teve vários desenvolvimentos, conforme O MIRANTE já deu conta em várias notícias.
Empresário confirma que foi posto de parte
No fecho desta edição O MIRANTE contactou o empresário do Entroncamento para fazer ponto de situação e a resposta foi de que nunca mais teve qualquer informação sobre o negócio nem voltou a ser contactado quer pela Nersant quer pela câmara municipal. Recordou que teve vários contactos com a autarquia e manteve a vontade de ficar no anonimato prometendo no entanto contar a história do negócio se efectivamente tiver sido usado, como afirmou anteriormente.