Sociedade | 22-08-2024 12:00

Venda do pavilhão da Nersant foi assunto na reunião de câmara de Torres Novas

Venda do pavilhão da Nersant foi assunto na reunião de câmara de Torres Novas
Autarca Pedro Ferreira confirma ter recebido ofício da Nersant com segunda oportunidade de negócio

Vereador Tiago Ferreira (PSD) pediu contas ao presidente do município sobre a venda do pavilhão da Nersant, que tem gerado muita polémica e que levou um empresário a acusar a direcção da associação de o ter usado para vender a outro interessado por um preço mais barato. Pedro Ferreira diz que até agora não recebeu quaquer informação por parte da direcção da Nersant.

O vereador do Partido Social Democrata no executivo municipal de Torres Novas, Tiago Ferreira (PSD), aproveitou a sessão camarária de 31 de Julho, para questionar o presidente do município sobre o assunto da possível venda do pavilhão da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém. “Aproveito para lhe perguntar se há novidades, nos últimos 15 dias sobre a venda ou não do pavilhão da Nersant”, questionou.
O presidente da câmara municipal, Pedro Ferreira (PS), respondeu no imediato: “da parte da Nersant só recebemos mais um ofício a justificar que estavam a tratar de uma segunda oportunidade de negócio com valores superiores e que quando tivessem dados mais concretos que diziam. Não disseram nada até agora”, vincou Pedro Ferreira.
Tal como O MIRANTE noticiou, a Nersant já tem comprador para o pavilhão de exposições de forma a conseguir tesouraria para fazer face às dificuldades que a actual direcção herdou do mandato de Domingos Chambel, actual presidente da assembleia-geral da associação. Ao que apurámos e noticiámos, e não foi desmentido até agora, um empresário e intermediário de uma multinacional, natural do Entroncamento, interessado na compra do pavilhão, acusa a direcção da Nersant de o usar depois de ter oferecido dois milhões de euros e de, aparentemente, não conseguir fechar negócio por lhe terem dado o dito pelo não dito.
Segundo contou a O MIRANTE, a primeira proposta de compra, depois de um contacto do presidente da Nersant, Pedroso Leal, foi de 1,7 milhões de euros, com a garantia de que a associação poderia usar o auditório e restaurante em condições a combinar. Mais tarde, devido a uma alegada proposta de outro interessado, de que foi informado pelo presidente da Nersant, o intermediário e empresário do Entroncamento, aumentou o valor da compra para dois milhões de euros. Entretanto, ficou a saber que o negócio já não seria feito com ele, mas com outro interessado, embora, segundo lhe disseram, por menos cem mil euros.
O MIRANTE falou com o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, que confirma que foi informado de uma primeira proposta e que agora há outra, não conseguindo para já avançar com valores, salientando na conversa que a autarquia está empenhada em garantir os 30% que tem no negócio. Ao que apuramos, uma das condições da autarquia é que a venda não impeça a Nersant de continuar a usar o auditório e o restaurante que fazem parte das infraestruturas do pavilhão. Com esta exigência, a câmara municipal parece querer garantir uma certa actividade associativa que a Nersant tem vindo a perder depois de Domingos Chambel ter tomado o poder e ter aberto uma guerra que obriga a Nersant a vender património para não ir ao fundo.
Recorde-se que o pavilhão em causa tem duas hipotecas, uma já muito antiga e outra em nome de Domingos Chambel, que emprestou dinheiro à associação que lhe deu como garantia a hipoteca do imóvel. O contrato do empréstimo já terá expirado mas até à data os associados da Nersant não têm qualquer informação sobre a forma como foi renovado. Pedroso Leal assumiu a presidência da direcção e também o cargo de director executivo que nestes últimos trinta anos foi sempre desempenhado por um profissional de gestão. António Campos foi o último director executivo, durante os últimos quase trinta anos, tendo saído alegando justa causa, processo que está no tribunal de trabalho e que já teve vários desenvolvimentos, conforme O MIRANTE já deu conta em várias notícias.

Empresário confirma que foi posto de parte
No fecho desta edição O MIRANTE contactou o empresário do Entroncamento para fazer ponto de situação e a resposta foi de que nunca mais teve qualquer informação sobre o negócio nem voltou a ser contactado quer pela Nersant quer pela câmara municipal. Recordou que teve vários contactos com a autarquia e manteve a vontade de ficar no anonimato prometendo no entanto contar a história do negócio se efectivamente tiver sido usado, como afirmou anteriormente.

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