Uma tonelada de peixe removida do Almonda depois de episódio de poluição
Depois de um episódio grave de poluição ocorrido no Almonda, a 6 de Agosto, o município de Torres Novas removeu do rio perto de uma tonelada de peixes mortos. Autoridades continuam a tentar apurar responsabilidades.
A Câmara de Torres Novas concluiu na segunda-feira, 12 de Agosto, a remoção de milhares de peixes do rio Almonda, após um episódio grave de poluição ambiental, sendo que, à data, decidiu manter interdita a pesca e actividades lúdicas. “Estamos a falar de aproximadamente uma tonelada de peixe, ou seja, milhares de peixes que foram removidos do rio, através dos técnicos de ambiente, para não apodrecerem e deteriorarem ainda mais a qualidade da água”, disse à Lusa João Trindade, vereador do Ambiente no município de Torres Novas.
Segundo o autarca, “a pesca e outras actividades lúdicas no rio Almonda permanecem interditas”, até as análises à água estarem satisfatórias, depois do episódio de poluição ocorrido na semana passada num troço do rio, com algumas centenas de metros, no coração da cidade, e que causou a morte de milhares de peixes, entretanto retirados do curso de água. Ainda de acordo com João Trindade, a causa e a origem do “incidente ambiental grave” ainda não foram identificadas, estando as autoridades a tentar apurar se se tratou de um problema “pontual e localizado” e que “não deixou marcador ou produto” que permita identificar a fonte. “Compreendo perfeitamente as manifestações de indignação, de repúdio, e os pedidos de identificação o mais rápido possível da causa, mas não está a ser fácil”, salientou o vereador, adiantando que as autoridades estão a recolher amostras de água e a procederem a análises aos peixes mortos.
“Por ser uma situação pontual, localizada, e sem histórico, não é fácil provar exatamente de onde terá [aparecido], ou o que terá originado esta situação”, reforçou João Trindade. O autarca referiu ainda que, por se tratar de um eventual “crime ambiental”, o Ministério Público, caso se confirme ilícito de entidade particular ou empresa, “manterá as provas em segredo de justiça”.
Em comunicado, a Câmara de Torres Novas indica que, “no seguimento do incidente verificado na passada terça-feira”, o município “continua altamente empenhado na identificação da causa e origem para a mortandade de peixes verificada, bem como a monitorizar a evolução da qualidade da água” do rio. As amostras, “recolhidas naquele mesmo dia pela Brigada de Ambiente da PSP, deram entrada no laboratório da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), não existindo até à data resultados”, refere a autarquia, notando que a sua divulgação será da responsabilidade da PSP e das entidades judiciais.
Na nota divulgada, o município de Torres Novas “lamenta e repudia este crime ambiental”, assegurando estar “profundamente empenhado na identificação dos responsáveis”. “O município irá continuar as averiguações, bem como a monitorização da qualidade da água do rio com a recolha de amostras”, havendo a perspectiva de levantar a interdição à pesca e outras actividades lúdicas no rio Almonda “ainda esta semana”, acrescentou o vereador com o pelouro do Ambiente.
Por outro lado, indicou, o município vai proceder ao “repovoamento com peixe neste troço do rio” e iniciou um processo de “remoção de limos e plantas, que já estava programado, para que o rio tenha outro aspecto e seja mais facilmente navegável”.