Utentes valorizam requalificação do posto médico em Santo Estêvão mas apontam várias falhas
Utentes relatam falhas no sistema informático na primeira semana de funcionamento após a reabertura do espaço. Residentes valorizam ambiente calmo e proximidade no atendimento no requalificado posto médico de Santo Estevão.
Ampliado em mais de 35 metros quadrados de modo a capacitar o posto médico de Santo Estevão de mais e melhores condições foi a premissa do investimento de 150 mil euros. A obra, que mudou o rosto desta unidade de saúde, foi financiada pelo município de Benavente e concretizada pela Casa do Povo de Santo Estêvão. Apesar das melhorias nas instalações, os utentes relatam problemas no sistema informático, com falhas na emissão de receitas, que em alguns casos foram enviadas por email para permitir o levantamento dos medicamentos.
José Esteves Eleutério, de 89 anos, acompanha a mulher ao posto médico de Santo Estêvão, que tinha realizado exames a pedido do médico que ia naquele momento analisar os resultados. “Eu ainda não me estreei enquanto paciente, mas não é que não precise”, refere, soltando uma gargalhada. “Isto agora é mais frequente, estou muito escavacado com uma dor no pescoço que dá conta de mim. Estou a caminho dos 90 anos, assim como a minha mulher que também tem 89”, precisa o octogenário natural de Santo Estêvão. Questionado sobre a reabertura do posto médico, com cara lavada, José Eleutério refere que é uma resposta que “faz muita falta a toda a população”. “Durante este tempo em que estiveram a decorrer as obras íamos aos Foros de Almada. Arranjaram lá primeiro, depois fechou aqui e ainda tivemos uns meses a ir para lá”, explica.
O munícipe lembra que durante esse período a Junta de Freguesia garantiu o transporte dos moradores de Santo Estêvão, mantendo assim o acompanhamento médico dos seus habitantes. “Não só durante esse tempo íamos a Foros de Almada como inclusive a Vila Franca de Xira. Nem em todas as localidades fazem isto”, frisa José Eleutério. Além do factor proximidade, o espaço “está muito bem arranjado e bonito”, diz o morador que se intitula “migrante português” depois de 40 anos a trabalhar com máquinas de terraplanagem e, por isso, a percorrer o país na construção de estradas e barragens.
Mas nem tudo são rosas. Na semana da reabertura do espaço foram vários os utentes que indicaram a O MIRANTE que o sistema informático ainda regista falhas. Alguns doentes que foram atendidos acabaram mesmo por receber as receitas por correio electrónico para poderem levantar os medicamentos. Ana Filipe mora numa localidade vizinha e deslocou-se dia 14 de Agosto a Santo Estêvão para proceder à sua inscrição para acompanhamento da diabetes. “O médico foi muito simpático, fiquei com boa impressão. O meu marido é ex-combatente e não sabia que tinha direitos iguais aos dele, portanto, fiquei ainda mais contente por me ter explicado isso”, refere.
Para Ana Isabel Santos, dos Foros da Charneca, basta “um pulinho” até Santo Estêvão para ter um acompanhamento que diz ser “mais atencioso, com menos gente e, por isso, com menos confusão”. Garante que as condições do posto médico “são perfeitas. Foi a primeira vez que vim depois desta reabertura. A única coisa que esteve complicada foi o sistema informático pois o funcionamento das impressoras ainda está a ser afinado”. Com uma consulta marcada, Ana Isabel Santos, de 55 anos, prefere o ambiente da localidade do que quando é preciso deslocar-se a Benavente ou a outras unidades de saúde em zonas de maior densidade populacional.
O horário de atendimento e consulta médica do posto médico de Santo Estêvão é feito de segunda a sexta-feira das 8 às 12 horas e entre as 13 e as 16 horas. Nesta unidade de saúde está o médico Silva Guerra, de Benavente, no âmbito do projecto Bata Branca. A consulta de enfermagem, que é assegurada por uma enfermeira, tem lugar apenas às terças e quintas-feiras das 8 às 15 horas.