Cidadão de Samora Correia morre no Hospital de VFX e família emigrada não se conforma por não o poder ter visitado
António Apolinário, de 68 anos, deu entrada no Hospital de VFX e já não saiu com vida. A família emigrada não se conforma e escreveu insistentemente para que O MIRANTE desse voz à sua dor e à sua revolta.
António Manuel Marques Apolinário, um cidadão de 68 anos, de Samora Correia, morreu no dia 30 de Julho no Hospital de Vila Franca de Xira depois de um internamento que durou cerca de duas semanas aparentemente devido a uma gastroenterite.
O MIRANTE recebeu ao longo das últimas semanas vários emails da família emigrada em França, nomeadamente filhos e netos, revoltados por não terem conseguido visitar o seu familiar ainda vivo na cama do hospital, mesmo depois de terem viajado do estrangeiro com essa finalidade. A revolta continua porque, segundo afirmam, ainda não sabem as razões de saúde que levaram à sua morte. Uma pessoa próxima do seu filho Paulo Marques manteve com O MIRANTE pedidos insistentes para que dessemos voz aos familiares de António Apolinário. Nas missivas e mensagens de telefone contam que pediram explicações à administração do Hospital Vila Franca de Xira, mas nunca receberam respostas.
O MIRANTE recebeu ainda vários testemunhos escritos de homenagem que reproduzimos em baixo.
Em devido tempo solicitamos ao Hospital Vila Franca de Xira informações sobre esta situação mas passados mais de oito dias ainda não recebemos qualquer resposta.
DEPOIMENTOS DA FAMÍLIA
Homenagem ao meu pai, irmão, avó e mano velho. Do teu filho Paulo Marques, irmão Fernando Apolinário, irmã Rosa Apolinário, netos Catarina e André e Rita.
Eterna saudade
Hoje escrevo com o coração pesado, uma homenagem ao meu pai, que nos deixou no dia 30 de julho de 2024. Apesar de nossas vidas terem tomado caminhos diferentes e de ele não ter estado presente como eu desejava, o amor e o respeito que sinto por ele nunca diminuíram.
Meu pai foi um grande amigo, alguém por quem sempre nutri um profundo carinho e admiração. Embora a nossa relação não tenha sido convencional, a sua influência e o impacto que teve em mim são inegáveis. Carreguei comigo, ao longo dos anos, o desejo de que ele se orgulhasse de mim, e isso foi um motor que me impulsionou a ser a melhor versão de mim mesmo.
Desde muito jovem, lidei com a síndrome de abandono. Essa sensação de ausência marcou-me profundamente, mas nunca abalou o amor que sentia por ele. Em vez disso, sempre tentei aproximar-me, mostrar-lhe o quanto ele significava para mim, e como o seu amor, mesmo à distância, era valioso.
Pai, mesmo na tua ausência física, a tua presença espiritual sempre foi uma luz guiadora na minha vida. Ensinei-me a amar incondicionalmente, a perdoar e a valorizar os momentos, mesmo os mais breves, que compartilhamos. As lembranças que guardo de ti são preciosas e estarão sempre comigo, iluminando o meu caminho.
A tua partida deixa um vazio imenso, mas também me dá a oportunidade de refletir sobre o que realmente importa na vida: o amor, o respeito e a conexão que, apesar de todas as dificuldades, conseguimos manter.
Espero que, onde quer que estejas, saibas que foste amado profundamente. Que o teu espírito encontre paz e que possas olhar para mim com orgulho. Continuarei a honrar a tua memória, a valorizar os ensinamentos que, direta ou indiretamente, me passaste, e a manter viva a tua lembrança.
Querido irmão António
Sinto no vento o teu respirar, o teu olhar inocente maior que todas as pérolas do mar. Desejo que meu caminhar na vida esteja próximo de te abraçar, não suporto não te ouvir e não sentir mais o teu abraço. A saudade que me deixas é uma espada que se enterra no meu peito.
Quero no além estar perto de ti do mesmo jeito e te dizer meu querido irmão estou aqui e nunca me separarei de ti...
Rosa Apolinário
Mano, mano, mano, esta é a palavra que me leva ao infinito onde a mágoa se cruza com a tristeza. Foste e serás sempre a minha referência quer na terra quer no Céu.
Os anos que viverei não chegarão para acreditar que partiste tão cedo.
Terei a tua mão na minha em todas as notas musicais que soarem da minha guitarra.
Num só momento esgoto as lágrimas de uma vida.
Adeus Mano, levas a tua alma, deixa-me a tua generosidade e a tua bondade, que tenhas no Céu a Paz que não tiveste na terra.
Fernando Apolinário
Querido pai era assim que o tratava em todas as mensagens que trocamos e nas nossas chamada você estará sempre no meu coração você foi o meu apoio com a morte do meu pai, foi e será um avô excepcional, Agora quem vai comer o meu esparguete com atum, quem vai beber o café com o piri piri, os estalinhos nos cigarros as nossas gargalhadas, sinto a sua falta.
Amo até ao infinito Estará sempre no meu coração
Daria tudo por um abraço seu e prometo lhe que vamos cuidar dos seu queridos irmãos, a minha tristeza e tão profunda, você partiu muito cedo. E o que mais me deixa triste e que após uma viagem tão grande de França até Portugal não o podemos ver. Mas sei que onde está irá olhar por todos nós.
Rita
Querido avô,
A minha tristeza é tão grande, que ainda não consigo acreditar na tua partida, foste e serás sempre um exemplo para mim, a tua maneira de ser, a tua maneira de viver, mesmo se não tivesse bem ninguém consiga saber porque tinhas sempre um sorriso. Vou lembrar sempre das tuas histórias, da paixão pelos carros, das nossas conversas com a Alexa, dos teus croissants mistos, vou sempre me inspirar da tua maneira de viver uma alegria indescritível. Já não te posso ligar para me explicares como ligar um interruptor conectado, ou levar-te uma nova história, dar-te um abraço, pedir-te um conselho. Obrigado por tudo aquilo que fizeste por mim e a minha irmã, estás guardado para sempre no meu coração. Um grande abraço e um beijinho muito grande.
André Marques o teu neto
Querido avô,
Ao som das nossas melodias preferidas, escrevo-te hoje com uma mistura de saudade e gratidão. A tua partida deixou um vazio em mim e a dor da tua ausência permanecerá em meu coração. Tu foste mais que um avô: foste um exemplo de amor, sabedoria e força. Lembro-me de todas as histórias que contavas, das risadas que tínhamos, dos ensinamentos valiosos, que mesmo sem notares, ficaram para a vida. Cada conselho que me deste, cada lembrança, cada sorriso, cada abraço, é guardado num tesouro, com muito carinho. É muito difícil aceitar que já não estás presente fisicamente, mas vou sempre honrar a tua memória vivendo com a mesma paixão que tu me demonstraste. Prometo levar comigo todas as lições de vida, todos os conselhos e todo o teu amor dentro de mim. E prometo contar as tuas histórias para que nunca sejam esquecidas. Obrigado por tudo avô. Tu és e sempre serás o meu orgulho. Serás inesquecível.
Com saudade, a tua querida neta Catarina Marques.