Sociedade | 28-08-2024 15:00

GNR apela a produtores agrícolas que denunciem furtos para travar crimes em Coruche e Vale do Sorraia

Apanhar os infractores em flagrante torna acção da força de segurança “mais eficaz”. GNR quer actuar de forma pró-activa e menos reactiva e pede a colaboração dos proprietários agrícolas de Coruche e Vale do Sorraia.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) está a desenvolver a operação “Campo Seguro”, que teve início a 1 de Julho e vai prolongar-se até 16 de Fevereiro de 2025. O objectivo, segundo explica o capitão João Romano, comandante do Destacamento Territorial da GNR de Coruche, é sensibilizar e aumentar o patrulhamento em zonas agrícolas para prevenir furtos e outros crimes relacionados.
Tal como O MIRANTE deu conta na edição passada, os agricultores de Coruche e do Vale do Sorraia alertam para o aumento preocupante de furtos em propriedades agrícolas, apelando a mudanças nas molduras penais para castigar autores dos crimes. Em declarações ao nosso jornal, Pedro Barata, presidente da Associação de Agricultores do Concelho de Coruche e Vale do Sorraia, refere estar preocupado com o aumento dos furtos em explorações agrícolas na região, alertando para as dificuldades enfrentadas pelos agricultores devido à falta de segurança e de apoio por parte das autoridades e do Governo.
O comandante do Destacamento Territorial da GNR de Coruche, João Romano, apela à participação activa da comunidade. “Temos feito um pedido muito forte, através da comunicação social e da nossa própria divulgação, para que os produtores agrícolas e as pessoas afectadas pelos furtos denunciem estes crimes”, sublinha. “A denúncia é essencial para o mapeamento das ocorrências e permite à GNR realizar uma acção de patrulhamento mais efectivo”, afirma. O responsável exemplifica: “pedimos aos produtores que nos alertem sempre que verifiquem uma viatura ou uma pessoa em local ou hora estranha. Com essa informação, podemos actuar de forma mais pró-activa, evitando a ocorrência de furtos ou até apanhando os infractores em flagrante, o que torna a nossa acção mais eficaz”, reforça.
João Romano destacou ainda que, uma vez participados os crimes, a GNR transmite a informação ao Ministério Público, não sendo da sua competência os trâmites seguintes do processo, referindo-se aos pedidos reiterados de agricultores que querem as molduras penais mais agravadas nos roubos agrícolas. A operação “Campo Seguro”, segundo o capitão da GNR, incide em duas vertentes: uma de sensibilização da população, em especial dos produtores e proprietários de terrenos agrícolas, para a adopção de comportamentos que possam prevenir ilícitos criminais, como o furto de cortiça, produtos agrícolas, máquinas e metais não preciosos”. A outra vertente foca-se “no aumento do patrulhamento e fiscalização das explorações agrícolas”, com o intuito de “prevenir não só furtos, mas também fenómenos como o tráfico de seres humanos e a exploração laboral”. A operação “Campo Seguro” visa reduzir a criminalidade nas áreas rurais e reforçar a segurança dos produtores agrícolas, num período marcado pela intensificação das colheitas e do trabalho agrícola.

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