Avaria no abastecimento de água em Benavente obrigou a repor grupos de bombagem e a secar motores
Benavente, Samora Correia, Porto Alto e Coutada Velha sofreram consequências de um problema complexo no sistema de abastecimento de água. A empresa Águas do Ribatejo detalha processo de reposição da rede.
Uma avaria no sistema de bombagem de água interrompeu o abastecimento em várias localidades do concelho de Benavente afectando mais gravemente o Porto Alto e a Coutada Velha. O director-geral da Águas do Ribatejo, Miguel Carrinho, confirmou que o problema foi causado pelo rebentamento de um tubo na instalação que abastece Benavente, Samora Correia, Porto Alto e Coutada Velha. “A partir desta instalação, a água é bombeada para todos estes locais. É um sistema que funciona de forma integrada, com uma estação de tratamento de águas e um reservatório, mas todos os grupos de bombagem pararam devido à avaria”, afirma Miguel Carrinho.
A empresa mobilizou de imediato equipas para o local e activou os sistemas de reserva, que “mitigaram os efeitos, embora sem substituir o sistema principal na sua totalidade”. Em Benavente os sistemas de reserva funcionaram eficazmente, e “praticamente não se sentiram os efeitos da avaria”, relatou o responsável. Já em Samora Correia, o abastecimento foi garantido em algumas zonas, mas com menor pressão, especialmente nos andares mais altos. No entanto, Porto Alto e Coutada Velha enfrentaram maiores dificuldades. “No Porto Alto não conseguimos colocar o sistema de reserva em funcionamento e a água proveniente de um furo já não tinha qualidade para distribuição. Aí, sentiram-se mais os efeitos, tal como na Coutada Velha”, explicou. “Os trabalhos continuaram, mas as pessoas já não sentiram os efeitos. Ninguém esteve dois dias sem água, e no máximo, a interrupção foi de um dia, na Coutada Velha”, garante.
A avaria, que envolveu a desmontagem de 12 grupos de bombagem e a secagem dos motores em estufa, foi considerada grave, mas segundo o director-geral, “não há formas de evitar avarias em sistemas grandes como este”, especialmente em épocas de calor intenso. “Se fosse no Inverno, os efeitos não teriam sido tão graves, além disso tudo isto foi mais notório porque afectou um maior número de pessoas”, refere. Além desta avaria, Miguel Carrinho abordou uma outra situação que tem afectado Coutada Velha desde Julho, com falhas pontuais no abastecimento. “O problema estava no sistema de comando das bombas e sensores, que têm um elevado nível de complexidade. Fomos substituindo vários componentes, e apesar de termos registado apenas duas falhas de 30 minutos em Agosto, sabemos que isso foi suficiente para baixar a pressão e causar perturbações temporárias no fornecimento”, explica.
“Nós até instalámos um equipamento que faz a medição em contínuo na casa de uma das pessoas que se queixava, como forma de complementar e cruzar a informação. Efectivamente em 5 dias, já em Agosto, o que registámos foi que, em dois momentos, houve uma falha de água durante 30 minutos em cada um dos momentos. É verdade que houve falhas, sim, mas não é verdade que tenha faltado dias seguidos ou durante várias horas”, explica. O responsável garantiu que o sistema foi completamente revisto após a avaria de 11 de Agosto, não se registando mais ocorrências desde então. Miguel Carrinho lembra ainda um projecto de investimento na rede de esgotos de Coutada Velha, que será acompanhado pela substituição de algumas condutas de abastecimento mais antigas. O projecto, já apresentado à população, está agora dependente de fundos comunitários. “Nesta zona estão previstos investimentos, mas que nada têm a ver com estas situações e não iriam de todo resolver ou evitar que isto acontecesse. Temos os sistemas preparados e dimensionados com folgas, com segurança e redundâncias, mas não há sistemas 100% infalíveis”, conclui o responsável.