Sociedade | 01-09-2024 07:00

Carta aberta em Arruda dos Vinhos pede cuidado na desmatação do Rio Grande da Pipa

Carta aberta em Arruda dos Vinhos pede cuidado na desmatação do Rio Grande da Pipa
Mariana Ley é um dos rostos da C3A de Arruda dos Vinhos, o grupo de moradores que lançou a carta aberta

Documento dirigido à população pela Comunidade do Alimento Arruda e Arredores avisa para a existência de mais de 50 espécies de flora que podem ficar em risco caso não haja cuidado na hora de cortar as canas do rio.

A vegetação ribeirinha que existe nas margens do Rio Grande da Pipa, em Arruda dos Vinhos, é composta por mais de meia centena de espécies de flora que devem ser preservadas e por isso na hora de cortar a vegetação invasora, como as canas, é importante que nem tudo seja desbastado sem critério. O alerta foi lançado na última semana numa carta aberta pela Comunidade do Alimento Arruda e Arredores (C3A), um grupo informal de moradores do concelho de Arruda dos Vinhos que O MIRANTE já deu a conhecer numa das suas últimas edições.
Na carta emitida, a C3A diz ter tomado conhecimento de várias vozes que têm exercido pressão sobre o executivo camarário para que sejam realizados cortes substanciais na vegetação ribeirinha do rio e por isso lança um apelo. “Consideramos que a vegetação está em equilíbrio, apenas com excepção das canas que são uma espécie exótica invasora e que se encontram em excesso e em expansão. Apelamos a que, a existir algum tipo de intervenção, seja exclusivamente direcionada às canas, com o mínimo de perturbação possível nos restantes elementos do ecossistema do Rio Grande da Pipa”, lê-se no documento.
Um dos projectos desenvolvidos pelo pela C3A tem, como base, o projecto Rios, coordenado em Portugal pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental, que visa a participação social na conservação dos espaços fluviais. Nesse âmbito, têm sido feitas pela C3A saídas de campo para observação do Rio Grande da Pipa, no troço que atravessa o Parque das Rotas em Arruda dos Vinhos. Na última saída, em Junho, a comunidade fez um levantamento das espécies botânicas existentes nos taludes e no leito do rio, tendo sido observadas mais de 50 espécies de flora diversa, sendo que destas foram identificadas pelo menos 28 espécies características de zonas ribeirinhas.
“Esta observação revelou-se muito interessante, dado que a biodiversidade presente em apenas 250 metros de troço revelou que o rio, nesta zona, se encontra em franca recuperação de danos causados em anteriores intervenções e em zonas de poluição pontual entretanto resolvidas”, refere a comunidade na mesma carta aberta. A C3A encontra-se a trabalhar na realização de sinalética de divulgação daquele ecossistema central na vila de Arruda, “cuja importância é vital para a mitigação das alterações climáticas”, acrescenta o documento.
O Rio Grande da Pipa, recorde-se, nasce no Sobral de Monte Agraço e atravessa os concelhos de Arruda dos Vinhos, Alenquer e desagua no Rio Tejo, na Vala do Carregado na Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira.

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