Sociedade | 02-09-2024 12:00

Câmara de Vila Franca de Xira não vai comprar o que resta da Cimianto

Câmara de Vila Franca de Xira não vai comprar o que resta da Cimianto
Fernando Paulo Ferreira, presidente de Vila Franca de Xira, diz que a iniciativa privada será determinante para o futuro do espaço entre a Marinha e Alhandra

Presidente do município diz que a expectativa é que os proprietários do espaço possam eles próprios apresentar um projecto que possa alavancar uma nova dinâmica urbana nas antigas instalações fabris, que são consideradas um urso adormecido.

Nem pensar nisso: é desta forma que o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, reage a O MIRANTE à possibilidade da câmara municipal vir a adquirir, do seu bolso, as antigas instalações do que resta da fábrica da Cimianto em Alhandra.
A ideia de que a câmara municipal poderia comprar o antigo espaço fabril para o demolir e tornar todo o local num espaço de fruição pública não está em cima da mesa. Atendendo, também, à pegada ambiental ali existente. “A nossa perspectiva é que os privados donos do terreno possam apresentar um projecto que alavanque ali um novo espaço urbano no futuro e nesse contexto haverá as descontaminações necessárias”, refere o autarca.
O que preocupa o presidente de Vila Franca de Xira, neste momento, é que futuro dar a um espaço que está em ruína há mais de uma década. “É preciso encontrar uma solução de futuro para aquele espaço e é nisso que estamos a trabalhar. Pela proximidade ao rio que tem, a interligação que faz entre Alhandra e VFX, estamos a tentar que haja motivação para privados investirem naquela longa língua entre Alhandra e VFX, que inclui os antigos terrenos da Marinha e a Cimianto”, defende.
O autarca diz não ter qualquer alerta na sua secretária sobre a eventual perigosidade das instalações. “Será no contexto de requalificação daquele espaço que todos esses trabalhos de descontaminação dos solos terão de ser feitos. Mas se nada acontecer nada se fará. O meu objectivo é encontrar na sociedade civil a dinâmica necessária para que haja ali investimento”, refere.
A antiga fábrica de telhas de fibrocimento, que trabalhava com amianto como matéria-prima, um material cancerígeno proibido, está em ruína há mais de uma década desde que a empresa faliu. As preocupações com a pegada ambiental do edifício foram deixadas recentemente pela presidente da SOS Amianto, Carmen Lima, ao nosso jornal. A responsável garante que a Cimianto é hoje como um “urso adormecido”: não morde se não o acordarmos. Avisa, contudo, que é altamente perigoso entrar na fábrica e que o passivo ambiental ali existente é muito elevado.

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