Novas queixas contra depósitos de resíduos biodegradáveis em Alverca e Póvoa de Santa Iria
Depois dos moradores da Rua do Valador em Alverca somam-se agora novas queixas de quem vive na urbanização da Malvarosa e na rua Ernest Solvay na Póvoa de Santa Iria contra a sujidade dos equipamentos de recolha de resíduos biodegradáveis.
Falta de higiene e limpeza, acumulação de mosquitos e pragas e maus cheiros abundantes estão a ser reportados por moradores de várias zonas das cidades de Alverca e Póvoa de Santa Iria, que estão contra a colocação de equipamentos de recolha de resíduos biodegradáveis (RUB) que foram colocados nos últimos meses nas ilhas ecológicas.
Depois de num primeiro momento terem sido os moradores da Rua do Valador em Alverca a denunciar o problema, chegando mesmo a selar o equipamento evocando “motivos de saúde pública e infestação de mosquitos”, agora são outras vozes que se começam a ouvir contra a existência deste tipo de equipamentos. Uma das vozes que chegou a O MIRANTE, de Domingos Valadas, dá conta de uma ilha com contentor de resíduos biodegradáveis na Praceta Sousa Martins na Avenida Ernest Solvay na Póvoa de Santa Iria, que não é recolhido há mais de um mês, estando “nojento” segundo o morador, não apenas devido à acumulação de moscas e mosquitos como, alerta, comportando também riscos para a saúde pública.
Também na urbanização da Malvarosa em Alverca há queixas sobre estas estruturas. Manuel Delgado, morador da zona, lamenta que desde que os RUB foram instalados na urbanização os mosquitos passaram a ser presença assídua nas habitações e nas refeições. “Será uma questão de saúde pública? Não sei, mas pelo menos de higiene e salubridade é”, alerta o residente, notando que não basta haver uma imposição europeia para a instalação destes contentores, como explica o município, mas sobretudo soluções que minimizem os impactos da existência destes contentores. “Quanto à neutralização dos odores, lavagem e desinfecção dos contentores, não passa de conversa da treta. As equipas de lavagem e desinfecção limitam-se a lavar as bases externas dos bocais dos contentores e a neles colocar a etiqueta de lavado e desinfectado. Um logro”, critica.
A Câmara de Vila Franca de Xira já tinha garantido a O MIRANTE que não vai fazer a vontade aos moradores e remover estes equipamentos por considerar que a recolha deste tipo de resíduos é obrigatória e decorre de directrizes europeias e legislação em vigor. A sua implementação tem vindo a ser gradual de modo a permitir a avaliação em cada uma das etapas e consolidação de boas práticas, sendo que a sua generalização é, por motivos legais, inevitável, diz a câmara. Já sobre as queixas de falta de limpeza o município assegura que em cada equipamento é instalado um dispositivo de neutralização de odores e é assegurada uma lavagem regular dos equipamentos, além da equipa técnica monitorizar situações pontuais que possam ocorrer. No concelho de Vila Franca de Xira, à data de 2 de Agosto, existiam 312 equipamentos de proximidade (enterrados e de superfície) e 576 equipamentos entregues ao Canal Horeca e similares. Os resíduos urbanos biodegradáveis são resíduos de decomposição natural realizada por bactérias e fungos, como cascas de alimentos ou restos de comida.