Sociedade | 03-09-2024 18:00

Autarcas da região consideram inaceitável e preocupante encerramento das urgências de Obstetrícia

Autarcas da região consideram inaceitável e preocupante encerramento das urgências de Obstetrícia
Ricardo Gonçalves, Manuel Valamatos e Pedro Ribeiro

Ricardo Gonçalves, Pedro Ribeiro e Manuel Valamatos estão preocupados com o encerramento das urgências de obstetrícia e ginecologia nos hospitais da região. Autarcas dizem que o problema é estrutural e tem de ser resolvido com urgência.

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves, considera o encerramento das urgências de Obstetrícia e Ginecologia “inaceitável”, salientando que se trata de um problema estrutural e não conjuntural. “É inaceitável a normalização destes encerramentos e isto não é um problema conjuntural, mas sim estrutural e tem de ser resolvido”, disse o autarca em declarações à Lusa.
O Hospital de Santarém reabriu a urgência de Obstetrícia e Ginecologia, depois de ter estado encerrada dois dias, segundo informação publicada no Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para Ricardo Gonçalves (PSD), muitas coisas foram feitas no passado que não surtiram efeito, cabendo agora ao Governo apresentar novas ideias. “Muitas coisas foram feitas no passado que não surtiram efeito, eu acho que o Governo tem de repensar e apresentar novas ideias e é importante que os partidos da oposição se associem a esta situação”, defendeu. O presidente da Câmara de Santarém adiantou ainda que o município tem manifestado o seu descontentamento com a situação ao longo dos últimos anos, admitindo que a actual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, “tem um problema em mãos”.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, Pedro Ribeiro, considerou que os encerramentos que afectam os serviços hospitalares não estão exclusivamente associados ao número de profissionais, mas sim a questões de nível nacional que têm de ser mudadas. “Não é pela falta de profissionais ou pela falta de empenho dos profissionais que lá estão. Não é pela falta de empenho da administração, há coisas que ultrapassam todas estas pessoas e que têm de ser tratadas pela direcção executiva do SNS”, referiu.
Tal como noutras unidades do país, o Hospital de Santarém fechou os serviços urgentes de Obstetrícia e Ginecologia devido à falta de recursos humanos.

No Médio Tejo os problemas são idênticos
O presidente da Câmara Municipal de Abrantes também diz estar preocupado com o encerramento das urgências de Obstetrícia do hospital da cidade e espera que sejam tomadas medidas o mais rapidamente possível. “Temos uma preocupação enorme com o encerramento da maternidade em Abrantes. O Centro Hospitalar do Médio Tejo desempenha um papel muito importante na região. Castelo Branco, Portalegre, Santarém e a toda a zona do Médio Tejo dependem muito do funcionamento da maternidade de Abrantes, e isso deixa-nos preocupados e esperamos que rapidamente sejam ultrapassadas essas dificuldades”, afirmou à Lusa Manuel Valamatos. Segundo o autarca, mais cedo ou mais tarde terão de ser tomadas medidas governamentais capazes de resolver estas situações. Lembrando que a área de abrangência do serviço é vasta, o também presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo acrescentou que a Câmara de Abrantes tem dado o seu apoio “para mitigar questões na área da saúde”, mas defendendo que não são as “medidas municipais que vão resolver essa situação em concreto”.
O representante da Comissão Utentes da Saúde Médio Tejo, Manuel José Soares, sublinhou que o encerramento das urgências está relacionado com uma série de factores. “Há aqui várias questões de organização e de recursos humanos que afectam Abrantes e que merecem uma análise mais fina, nomeadamente a constituição das equipas de urgência obstétrica. A necessidade da permanência deste ou daquele médico não é levada tão em rigor. Temos de criar condições para que, em casos de ausência, a situação possa ser resolvida com a deslocação de trabalhadores”, defendeu. Para Manuel Soares deve haver um esforço e um diálogo para reforçar as condições materiais dos médicos e flexibilizar as escalas.

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